Fotos: Thiago Costa - - -
Antes de escrever sobre o show do cantor, compositor, arranjador e músico alagoano Djavan Caetano Viana, conhecido artisticamente por simplesmente Djavan, é necessário exaltar o profissionalismo e principalmente a preocupação dos organizadores do evento: Pedro Silva e Jamelão. Os dois como sempre, estiveram atentos a uma série de detalhes que podem ser cruciais para que um show desses ocorra como o esperado. E assim aconteceu. Com uma equipe capacitada, planejamento correto, local apropriado, som perfeito, recepção impecável, informações corretas e atendimento dos garçons perfeito, a noite superou as expectativas. Temos que enaltecer esse trabalho que sem dúvida alguma, neste ponto, Pedro Silva Promoções e Jamelão foram e são impecáveis. Pois é, apesar do atraso de apenas 20 minutos, o que nem deu para perceber pois muita gente ainda estava chegando, Djavan e sua banda entraram no palco no Bosque Expo - Shopping Bosque dos Ipês, e como sempre, de olho na atualidade, mas não esquecendo do passado. O músico abriu o show com a fala da ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, ao fundo painéis integraram o cenário do show confeccionados por artistas visuais indígenas e urbanos. Esse início de espetáculo mostrou claramente que a apresentação não seria apenas sobre música, mas principalmente sobre reflexão e consciência social. Assim cantou "Curumim", (do seu álbum autointitulado lançado em 1989), um trabalho que faz uma homenagem a musicalidade indígena, marcando assim uma dimensão singular à performance, conectando o som com cultura e a própria diversidade brasileira. Em seguida, a música "Boa Noite", com seus versos marcantes: "Ainda bem que sou Flamengo/Mesmo quando ele não vai bem/ Algo me diz em rubro-negro/Que sofrimento leva além? Não existe amor sem medo". Diferentemente do último show que esteve em Campo Grande (estava um pouco doente), desta vez interagiu com o grande público (cerca de 4 mil pessoas) e enaltecendo a todos e a cidade. Disse: "Eu estava com saudades de vocês. Há algum tempo não me apresentava por aqui e a cidade está linda. Não me deixe muito tempo longe de vocês, pois é só convidar que eu venho". Prosseguiu com "Sevilhando", música do seu último álbum "D", lançada em 2022, que aliás dá o nome de sua turnê. Vieram então para delírio de todos, sucessos consagrados: "Eu Te Devoro", "Outono", "Avião", e "Flor de Lis". Bem mais solto, Djavan partiu ainda mais para o sentimentalismo com as canções "Num Mundo de Paz", "Meu Bem Querer", "Oceano", "Um Amor Puro" e "Iluminado", essa última com luzes de celulares que iluminaram totalmente o Bosque Expo. O artista a fez durante a pandemia. Na canção "Desandou", ele trocou de figurino e retornou com óculos escuros e cantando mais sucessos como "Azul", "Tenha Calma", "Sem Você" (Vinicius de Moraes e Carlos Jobim), e "Tanta Saudade"(Chico Buarque). Djavan durante o espetáculo mostrou que é um artista ímpar, sempre além do seu próprio tempo. Essa sua dedicação às causas sociais e ambientais não é de agora. Por isso que dedicou o show para as minorias. Desde o surgimento da PL 490 por exemplo, sempre disse que essa proposta era um absurdo que comprometeria os ministérios responsáveis pelos indígenas e o meio ambiente. Corretamente mostra sua luta sempre. As três últimas músicas do show que marcou para história de Campo Grande, cantou as esperadas "Se", "Samurai" e por fim "Sina". Encerrado, o público primeiramente timidamente pediu Bis, e passado alguns segundos, fortaleceu e ecoou em todo lugar: "mais um, mais um mais um". Djavan e sua banda espetacular formada Marcelo Mariano (baixo e vocal), Felipe Alves (bateria), João Castilho (guitarra, violão e vocal), a fera chamada Paulo Calasans (piano, teclado e vocal), Renato Fonseca (teclado e vocal), Jessé Sadoc (trompete, flugelhorn e vocal, além de Marcelo Martins (saxofone, flauta e vocal), retornaram ao palco para a alegria de todos e finalizaram com "Pétala" e a dançante "Lilás". Após o término se formou uma grande fila para pagar o estacionamento do shopping, no entanto foi avisado que poderia pagar antes. Mas, muitos não foram ao local (talvez gostem de fila). Da próxima vez, com certeza muitos deverão antecipar sua saída pagando o ticket. Um show épico, diferenciado, singular!... Djavan neste show "D", reiterou a originalidade atemporal de sua obra!
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Acho o jornalista Alex Fraga o mais coerente do MS. Um craque nas letras há anos. Sempre dá um banho nas suas ponderações críticas. Parabéns.
Carlos Henrique Dias
Campo Grande MS
Um time e tanto, os Organizadores, Djavan e banda , o Alex Fraga . É pra dar certo mesmo❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Como é gostoso ler uma crítica de um jornalista que conhece muito. Parabéns
Silvia Regina Benedito
Manaus AM
Parabéns pela matéria
Luis Henrique
Campo Grande
Gostaria de ir. Mas infelizmente minha cidade é muito distante.
Paulo Henrique Medeiros de Oliveira.
Costa Rica MS