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  • Foto do escritorAlex Fraga

Show – Tetê e Alzira com "Recuerdos" sábado e domingo em SP

Para quem estiver em São Paulo neste sábado (28) e domingo (29) poderão ter a oportunidade de assistir o show Recuerdos, das sul-mato-grossenses Tetê Espíndola e Alzira E no Sesc 24 de Maio, às 21 horas no primeiro dia e 18 horas no segundo. Recuerdos é do disco lançado pelo Selo Sesc, tem a participação de Ney Matogrosso, curiosamente encontrando pela primeira vez narrativas poéticas de sua terra natal com tanta intensidade em um único projeto.


Os arranjos de Zé Godoy e a direção artística de Arnaldo Black, marido de Tetê, imprimem algo que tiram o álbum do mesmo território de Anahy, apesar de todos os encontros. Existe uma regionalidade forte, incontornável, mas de um tratamento de cordas pontuadas, como em Trem do Pantanal, que se torna uma entrega deslumbrante de violinos, viola e violoncelo, e de sopros na flauta e na trompa, além de violão, piano, a craviola de Tetê e o baixo acústico. Mais universal do que localizado, mas sem vanguardismos, as irmãs se portam com mais deferência do que interferência no que cantam.


Ao contrário do Nordeste e seu ritmo de mil faces, do Norte e suas guitarradas de mil festas, do Sul e seus orgulhos de estandarte e do Sudeste, recebendo todos os anteriores para tirar a novidade do hibridismo, o Centro-Oeste não tem suas delimitações musicais tão claramente percebidas. As canções que produz, mesmo de divisões tão diferentes das outras regiões, são embutidas muitas vezes indiscriminadamente em uma cultura sertaneja que nem sempre se sabe de onde vem e seus ritmos viram quase sempre guarânia, remetendo à mal vista paraguanização da música sertaneja, das harpas de Perla aos metais de Milionário & José Rico, dos anos 1970.



Um disco de visita às terras demarcadas dos Espíndola, a família que mais fez por essas regiões, é assim, também, um serviço. Ney abre cantando Meu Primeiro Amor (Lejania), que Cascatinha e Inhana fizeram primeiro em 1952, e se ouve aqui os tangos argentinos atravessados por tantas outras heranças ibéricas. Anahy (Leyenda de la Flor del Ceibo), que a mesma dupla gravaria em 1968, coloca as irmãs de timbres tão parecidos e tessituras distantes, abrindo vozes comoventes. (Com portal Terra)

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