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Reflexão - Diário de uma Idosa 291, por Joana Prado Medeiros

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • há 8 minutos
  • 2 min de leitura
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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de reflexão com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 291.


A CONCHA DO MAR...


Quando eu tinha cinco aninhos, o dia para mim era "mais" cumprido do que a noite, por conta do sol; acordava cedinho e demorava pra acabar o "acordamento". A noite chegava, e com ela os medos, mas a lua vinha ralhar com eles. Eu, a noite, depois do banho e do jantar, ficava na sala, amava olhar o lampião Aladin e seu claro azulado.

Eu brincava com uma concha do mar, ela era grande, linda, branca e por dentro toda rosada, parecia uma jóia, e meu pai me ensinou a colocá-la ao ouvido para ouvir o barulho (marulho) do mar... Eu amava aquela concha, guardei até o nascimento dos meus filhos, creio até que eles brincaram com ela. Não sei que fim levou minha concha do mar, sei que no finalzinho de sua vida ela estava de bico quebrado (senti os olhos cheios d'água, por essa lembrança ai que triste). Também não lembro como ela foi parar em minha vida, só sei que eu amava, ela dormia ao meu lado. Meu pai me contava sobre os seres do mar, desenhava a baleia, e eu sussurrava doçuras para a concha e me punha a pressiona-la sob o ouvido. Aquele som foi a minha primeira sonata ao luar!

E agora, no tempo das "descheganças", dessas horas bússolas, tristes, perdidas em círculos, eu danei a pensar em minha concha do mar. Saudades dela...


(Joana Prado Medeiros - 11/11/25 - Direitos Autorais Lei 9.610/98)

 
 
 

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