Prosa Poética - Cântico ao amor, por Narinha Lee
- Alex Fraga

- 7 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Domingo no espaço de poesia e literatura do Blog do Alex Fraga é dia de Narinha Lee, escritora e poeta de Campo Grande (MS), com Cântico ao amor proibido

Cântico ao amor proibido
Eu sempre soube
que você seria assim como o Sol
que encanta no
entardecer
e aquece no amanhecer.
Mas sempre a uma distância chorosa
onde não posso
sentir o teu cheiro,
minhas mãos não
podem tocá-lo e
meu corpo não
pode senti-lo
quando o desejo
incendeia meus
sentidos.
Eu sempre soube
que a tua amabilidade
e gentileza
estão nos versos
que a alma dita.
Um poeta não
poderia
ser diferente!
Não romancear
o dia a dia
seria como negar
a poesia.
Eu sempre soube
que a praticidade
era um vínculo que
não lhe permite
a paixão, posto que a paixão é um requisito da loucura, desta loucura que nos tira do prumo e nos enche de ternura
e amor lascivo.
Ao homem público isso não é permitido,
ao poeta sim,
mas o primeiro
é mais forte e
sufoca o segundo.
Num vacilo,
cheguei a pensar
que o Poeta se
perderia na poesia
e mergulharia nos
braços da paixão...
Doce ilusão a minha!
Eu sempre soube
que pra você
os braços
cotidianos são
mais confortáveis
e seguros, mesmo
que a solidão dos
dias cheios, torne-o
vazio nas noites
cômodas.
Eu sempre soube
que me renderias
versos para que eu
respirasse o
oxigênio das
palavras e não
morresse sufocada.
Eu sempre soube que nos dias e nas
noites à tua espera,
quando minha
alma clamava pela tua voz, pelo teu sorriso, meu corpo desejava o teu toque e minha boca os teus beijos, eu acabaria por encontrar o tangível que me negas. Mas, minha alma de pronto recusa o suposto “bem” encontrado...
Não me inspira versos!
Eu sempre soube que a poesia
é o termômetro que mantém a chama da paixão viva em mim. Essa paixão jamais esperada, que me move e não faz nenhum sentido...
Passeia a cheirar perfumes de flores amarelas que exalam amor proibido, e foi aí,
que você se tornou meu vício.
Permiti-me a ilusão do “querer” e do “quem sabe um dia”...
Só que o tempo “sabe passar e eu não sei”!
A espera ilusória é o tormento e você o alento que não virá!
Eu sempre soube!
**************
Narinha Lee





Comentários