Poesia - Tamanduá. símbolo do cerrado, por Paulo Portuga
- Alex Fraga

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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta, músico, compositor e professor em Dourados (MS), Paulo Portuga, com "Tamanduá, símbolo do cerrado".
TAMANDUÁ, SÍMBOLO DO CERRADO
Tamanduá, símbolo do Cerrado
Meteu o seu focinho
Onde não foi chamado,
Procurando alimento
Seguindo seu olfato,
Estica a língua comprida,
De ponta arredondada,
Para pegar insetos dentro do buraco.
Tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim,
Por sobre os nós de suas garras,
Anda pelos campos do cerrado.
Engolem formigas e cupins,
Que esmaga em seu palato.
Depois de nadar um extenso rio,
Descansa com o corpo curvado,
Usa a grande cauda como manto
Para se proteger do frio
Do interior do mato fechado.
Tamanduá esperto, fica camuflado.
Quando está acuado,
Levanta as patas dianteiras,
Com os pelos eriçados,
Mostra as suas garras afiadas.
Com comportamento agonístico,
Anda em círculos,
Defendendo seu território
Até que seu oponente,
Submisso, fuja correndo com medo.
Lento, é considerado vulnerável
Pode ser facilmente predado.
Ao atravessar a pista, muito cuidado
— Mas, muitas vezes, morre atropelado.
É que o tamanduá-mirim
Às vezes dá bandeira demais.
A fêmea carrega os filhotes
Em cima das costas,
Escondendo-os de outros animais
E de homens que caçam
Por esporte, pela pele,
Pelas garras ou como alimento.
Fugindo do motosserra,
Do fogo, que se alastra,
Pelo aumento das lavouras e pastagens,
Diminuindo a mobilidade
Ameaçando o pobre papa-formigas.
Tamanduá, quero te ver por lá
Perto daquele formigueiro,
Quero te ver derrubar
Aquele enorme cupinzeiro,
E, quando a tarde chegar,
Te ver subir no pequizeiro,
Tamanduá é um bicho maneiro.
Paulo Portuga, 11/11/2025





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