Poesia - Promessa, por Janet Zimmermann
- Alex Fraga
- 3 de mar.
- 1 min de leitura
Uma segunda-feira de estreia no Blog do Alex Fraga. A poeta e escritora Janet Zimmermann. Ela nasceu em Catuípe/RS e está radicada em Campo Grande/MS desde 1980. Poeta versilibrista, publicou quatro livros. Com 'Pétalas Secretas' foi vencedora do Prêmio Guavira de Literatura/Poesia/2017. Seu nome consta na 4ª edição do livro “História da Literatura Brasileira - Da carta de Caminha aos Contemporâneos”, do imortal Carlos Nejar. Foi cocriadora e Editora Assistente da Revista Piúna/UBE-MS. É membro correspondente da AFESMIL (Academia Feminina Sul-Mineira de Letras) onde ocupa a cadeira 23 da patrona Maria Eugênia Montenegro. O leitor do Blog do Alex Fraga poderá acompanhar seus poemas todas as segundas-feiras.
PROMESSA
Janet Zimmermann
eu vi, de fato, um fato florido de amanhecer
nos olhos de um gato quase anoitecido.
e vi a manhã desabrochada
em tudo o que era desabrochado
dentro da flor da vida escancarada
dentro da luz estrelada...
vi, revi e concluo, aqui, agora, em vós, ó poesia que devora as minhas horas,
que tudo é flor dentro de outra flor, dentro de outra flor...
e que O Criador, por ora, descansa no miolo de uma, e em todas.
por isso o suave balanço. por isso o perfume. por isso a seiva.
por isso a beleza da delicadeza. por isso a delicadeza da beleza.
por isso as criaturinhas em torno se alimentando de amor.
por isso, prometo, nunca mais arrancarei Deus do pé.
Poema profundo. Com ricas metáforas, toca nossa alma e nos faz refletir sobre o milagre da criação e a beleza da vida.
O poema de Janete tece uma reflexão profunda sobre a natureza cíclica da vida e a presença divina imanente em todas as coisas. Através de uma linguagem poética rica em imagens sensoriais, a autora descreve um despertar espiritual, simbolizado pela visão de um "fato florido de amanhecer" nos olhos de um gato.
Essa epifania visual desencadeia uma série de percepções sobre a interconexão de todos os elementos da existência. A manhã, que se revela "desabrochada em tudo o que era desabrochado", representa a plenitude da vida, que se manifesta em cada flor, em cada ser, em cada partícula de luz.
A repetição da imagem da flor, que se desdobra infinitamente em outras flores, metaforiza a ideia de que a criação…
Parabéns. Gostei.
Luan de Castro
Porto Alegre RS
Bela “Promessa”. Porque a vida nasce em brotos diversos e o poema em versos diversos, carregado de poesia.