Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, poeta e escritor de Alto Araguaia (MT) Isaac Ramos, com seu poema intitulado Mote.
MOTE
Antes dúvidas Do que dívidas.
Marta Cortezão:
Dívidas são feridas brabas, Devoradoras de carne humana. As Dúvidas devoram mentes humanas
Isaac Ramos:
Mentes, humana? Melhor pagar Suas dívidas Com a (in)certeza Da poesia.
Marta Cortezão:
Cada verso É uma dívida Que fiz com meu Insano mundo. A certeza Da fresca brisa É a poesia!
Isaac Ramos:
A fresca brisa Me acaricia No mundo insano Em que vivia A trincheira Das palavras Me perseguia.
Marta Cortezão:
Este carinho insano Persegue minhas palavras Me atrincheira noites a fio Me arrebata o verbo Nu e cru.
Isaac Ramos:
Em noites a fio Carinhos insanos Eu teço O que faço Em raios de luz É o verbo nu Que recomeço.
Marta Cortezão:
Teço a noite No afã de luz O verbo frio Aquece recomeços Nos quais, me perco.
Isaac Ramos:
O verbo frio Raia descomeços O poema recomposto Nele ocupo posto.
Marta Cortezão:
O poema o posto Ocupa recomposto O verbo frio Tece a pavio As rugas do rosto. Tece de fio a pavio
Isaac Ramos:
Nas ruas do rosto Há rugas para o verso Alisa o bálsamo Composto Para que o fio Da poesia Atice o verbo.
Marta Cortezão:
Porque o verso abrasa O lado frio do verbo Que há em mim...
Isaac Ramos
Então, para tirar todas as dúvidas E saldar todas as dívidas Rasga o verbo E sorria, enfim.
Nossa, professor Isaac! Eu nem lembrava dessa nossa porfia sana de versos! Obrigada por guardar estas dialéticas travessuras que escremos em algum momento, não sei se pelo Facebook ou pelo WhatsApp😊🙃Obrigada pela divertida lembrança🙏❤️🙏