Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o músico, compositor, professor, poeta de Dourados (MS), Paulo Portuga, com Fogo no Pantanal
FOGO NO PANTANAL
O Pantanal arde De noite, de manhã e de tarde As chamas se alastram com o vento E a culpa não é só do tempo O jacaré é que não é Responsável pelo desmatamento Também não é culpa da garça Este céu tomado de fumaça Muito menos foi a onça Que perdeu sua caça pro fogo Que causou muita matança De bicho e de planta.
O que importa ter tanta beleza Ser Patrimônio da Humanidade Ser um bioma único Cheio de raridade Se o homem sem piedade Transforma o encanto Em desespero? Sua ganância e imprudência Cobram um preço E quem paga por isso? Répteis, mamíferos, aves, anfíbios Nem os peixes escapam Dessa rede bem montada Da falta de compromisso E de respeito à vida!
Talvez já seja tarde demais Para que a planície se recupere Que o encontro das águas Do céu e da terra Possam amenizar a dor E o sofrimento De num futuro breve O Pantanal deixar De ser um sistema complexo Para se tornar Num mísero deserto Cheio de carcaças de bichos Num enorme cemitério À céu aberto Sem estrelas, todo encoberto De fumaça e fuligem De chão tórrido e cinza.
É triste né? Mas é a realidade constatada Por este humilde Geógrafo, professor e poeta Que vos escreve E vos fala Que a natureza Precisa urgentemente Ser respeitada Que o Pantanal Não precisa De mais gado E de mais cana Vamos salvar O que ainda resta Da força da gana Do homem da grana Em sua trama sacana De querer sempre mais.
Pode ser que eu esteja errado Que o fogo incendiado Não foi feito por encomenda Foi obra da natureza Por acaso um raio Que acertou em cheio a turfa E virou esse braseiro Serpenteando de cinza Toda extensão do horizonte De uma floresta invertida Cercada de árvores queimadas E agora é pedir aos céus Bastante chuva Uma chuva bem molhada.
Paulo Portuga, 17/11/2023.
Poema lindo e necessário!!!
Vc está certo amigo!!
Trouxe uma ótima reflexão!
Poesia maravilhosa do Paulo Portuga. Uma ode à natureza e um apelo ao ser humano para ter respeito e compaixão. Saudações osníricas!