
Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de Amambai (MS), com Fogo Cruzado
FOGO CRUZADO
Por toda esta cidade O sussurro se espalha Corre esquinas e praças Queimando feito palha E as minhas mãos
calejadas Quase comidas de traça Testemunham esta falha
Da mulher o poderio Aquelas de olhar
decidido São as donas do covil E a todos tem envolvido Nesta aliança ingrata É delas só o partido
Sombrio tempo de
segredos De um jogo cruel e
inclemente Despertou todos os
medos Tornou-me refém
inocente Das mulheres mãos de
ferro Corre veneno fervente
Valha-me Deus, só tu
podes Proteger-me do
tormento De quem pôs a mão no
pote E não tem mais
salvamento Da guerra e seus dotes Dias de céu cinzento
Um poema bem profundo, que chega a dar uma certa angústia, é possível sentir como se fosse em nossa própria pele.
Lamento em versos. Bela construção, poeta Helena Pereita!