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Foto do escritorAlex Fraga

Poesia - Amazônia, por Paula Valéria Andrade

Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a poeta e escritora de São Paulo (SP), Paula Valéria Andrade, com o poema Amazônia.


Amazônia


Indígenas da floresta amazônica legal

dormem em redes

nas ocas comunitárias

caçam pescam habitam cultivam alimentos

falam línguas nativas honram parentes antecedentes

Preservam a mãe natureza sem precedentes

Cantam e ecoam as 12 tribos cantam cantam seu lugar


Uru-eu-uau-uaus Uru-eu-uau-uaus Uru-eu-uau-uaus


Xerentes Ianomâmi

Amawákas Xavante

Caingangue Pataxó

Macuxi Potiguara

Terena Ticuna

Guajajara Guaran


Mas os motosserristas chegaram para arrasar


Grito de guerra vê a madeira sangrar

Grito de guerra vê a madeira sangrar




Ianomâmi Xavante Pataxó Potiguara Ticuna Guarani


Mais de 180 povos indígenas

e grupos isolados vivem no bioma.

Na área de 110 milhões de hectares da Amazônia,

são Xerentes, Amawákas, Guarani, Anambés, Kambebas e os Aruá!


A madeira vinha da mata

fundo do assentamento.

Retirada sem guias de transporte,

sem planos de manejo.

O sisudo era operador do trator rústico, o jacaré.

Máquina antiga

corrente na rabeira

adaptada para puxar

madeira do meio da mata até as águas do rio,

às margens do rio, onde toras flutuam, flutuam

a perder de vista e a não ver mais

Ali na floresta vimos

novas árvores derrubadas,

uma garapa e uma seringueira.

Troncos sagrando caídos no solo.

Um dos muitos motosserristas,

sentiu a apreensão da morte dos gigantescos seres

clamando por vida mais vida e oxigênio.

Caçoando comentou em alta voz e serra da mão:

“Ah, eu corto mesmo, não tem problema, não!”


Mas os motosserristas chegaram para arrasar


Uru-eu-uau-uaus Uru-eu-uau-uaus Uru-eu-uau-uaus


Grito de guerra vê a madeira sangrar

Grito de guerra vê a madeira sangrar


Cantam e ecoam as 12 tribos cantam cantam seu lugar


Xerentes, Ianomâmi

Amawákas, Xavante

Caingangue, Pataxó,

Macuxi, Potiguara,

Terena, Ticuna

Guajajara, Guarani



Indígenas da floresta amazônica legal

dormem caçam pescam lutam pela tribo e sua preservação

falam línguas nativas cultivam a terra honram animais

Habitam o território

merecem respeito

pelo feito ancestral

raiz de nossa terra-mãe

há mais de 10.000 anos plena e sã.

Orgulho Tupi, Xerente, Kambeba, Guarani, Aruá!


***Livro Cosmopolinaufragos - Dezembro 2022

PS - Livro premiado no Proac-SP

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1 Comment

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Paula Valéria Andrade
Paula Valéria Andrade
Jun 11, 2023

Muito bom o blog que divulga a cultura brasileira ! Agradeço !!

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