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Opinião – Autenticidade e criação marcam o início do Festival de Inverno de Bonito!

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 26 de jul. de 2019
  • 3 min de leitura

Pois é. O Festival de Inverno de Bonito começou literalmente ontem e muita expectativa foi criada, tanto pelo público, mas principalmente para aqueles que organizam e outros que organizaram em anos anteriores. Mas a primeira visão que podemos ter, é que, como Albert Camus dizia: “Sem a Cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro”. Sim, a palavra inicial é autenticidade!


Os recursos são bem inferiores do que os festivais já realizados, ou seja, a impressão é que os coordenadores do Festival de Inverno de Bonito procuraram valorizar a palavra “criação” e esparramar a Cultura para todos os cantos da cidade, sem concentrar em local, e principalmente sem se importar com uma “mega” produção que às vezes para a visão de alguns, seja extraordinário, no entanto, não atinge diretamente o coração das pessoas.

Um desafio enorme? Para muitos sim, já que em anos anteriores as superproduções e exageros imperam. Todos sabem que no ano passado houve inúmeras críticas sobre o chamado “trem da alegria”, onde funcionários públicos com suas famílias estiveram apenas para se divertir em Bonito. Mas o que fazer Cultura sem recursos e atingir diretamente a população mais necessidade e que tem fome de Educação e Cultura? É trabalhar com o simples, pois o povo brasileiro adora simplicidade – ele se adequa a essa realidade. Escolas e a comunidade em geral estão tendo esse acesso in loco.


Os organizadores do Festival de Inverno de Bonito inicialmente acertaram nas mudanças do seu conceito propriamente dito. Em primeiro lugar, não deixaram concentrado o evento na Praça da Liberdade (Praça dos Peixes). Foram estritamente eficazes em retirar o palco principal onde as atrações principais se apresentem e transferir para o antigo local onde foi iniciado o primeiro festival. Isso é reviver a história. Além do espaço ser bem maior e com cobertura para que as pessoas não ficassem a céu aberto, principalmente nesse frio, o fato maior é que antigamente esse palco na praça cobria totalmente um prédio histórico de uma igreja, algo lamentável e que foi corrigido.




Na Praça da Liberdade as tendas estão com melhor posicionamento e assim dá para as pessoas circularem com mais facilidade e verem os produtos dos artistas com calma, sem qualquer empurra-empurra ou tumulto. Um palco menor (chamado Da Liberdade) foi montado, mas com uma boa estrutura onde há um bom espaço para o pessoal da dança, teatro e outras manifestações culturais. No local dessas tendas, artistas de vários Estados do país estão expondo seus trabalhos e comercializando (e bem) suas artes.

Outro ponto fundamental vale ressaltar, é que retornou o chamado “corredor cultural” entre a Praça da Liberdade e o Palco das Águas. Foi montado uma espécie de túnel (Caminho das Águas), que faz com que a pessoa se sinta literalmente dentro festival, participa da Cultura. Inicialmente pode-se dizer que os organizadores tiveram cuidado de sinalizar por toda a cidade dos locais das apresentações, fato fundamental para que o turista possa saber com absoluta certeza onde poderá ir assistir os eventos. Essa preocupação pode ser notada nos hotéis também, onde até nos quartos há um folder de toda a programação do Festival de Inverno. O receptivo está excelente.


Único fato a lamentar foi na abertura do evento. Alguns artistas foram indelicados em vaiar no instante da fala da diretora presidente da Fundação de Cultura, Mara Caseiro. Acredito que há certos locais para reivindicar e o local não é o apropriado. Além disso, são artistas que vieram às custas do governo e com cachê. Todo mundo tem direito de reivindicar seus direitos, no entanto foi algo indelicado e sem qualquer respeito. Alguns desses artistas até mesmo participaram da “farra cultural” em anos anteriores. Não se pode misturar posição política com a Cultura. Quer gritar e reivindicar melhorias? Não seja “anticultural” ou selvagem como Albert Camus diz em um dos seus textos em relação a Cultura. Que vá marcar uma reunião geral na entidade e o faça com respeito. No momento a cidade está respirando Cultura e isso é o mais fundamental. Respirem esse ar cultural, pois o público abraçou o evento. Vamos acompanhar esses próximos três dias!

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