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Crítica - Brô MCs faz show fortíssimo para um público pequeno!

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura

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Os "meninos do Brô MCs" estiveram mostrando suas fortíssimas canções que envolvem denúncias sobre a situação preocupante que vivem os índios, principalmente da etnia guarani kaiowá, em Mato Grosso do Sul, entre outros temas de relevância, para um público pequeno, mais contagiante em show realizado no último sábado no Teatro Aracy Balabanian. É inacreditável como o público campo-grandense não prestigia os considerados "artistas da casa". É inacreditável saber que esse Festival Campão Cultural, apesar de ter proposta de ser um espaço de "resistência artística", não consegue atrair gente. A verdade tem que ser dita. Um show realizado pelo primeiro e único grupo de rap formado por índios, não conseguiu lotar um pequeno teatro, e com entrada gratuita. Seria uma falha da organização? Divulgação? Mas, isso é pra escrever depois...Só que quando sai uma matéria a nível nacional, alguns imbecis batem no peito e dizem que são do Mato Grosso do Sul. Vamos comentar sobre o show... O Brô MCs mostrou uma realidade que é por incrível que pareça é até comum em Mato Grosso do Sul. Letras das composições extremamente realistas: assassinatos de índios, ocupação indevida da terras deles, fome, falta de atenção em todos os sentidos como saúde, educação etc etc... O que se pode ver e ouvir no Teatro Aracy Balabanian foram artistas dos povos originários gritarem para ser ouvidos, mas para apenas um seleto público. Frases fortes como: "Mato Grosso do Sul é um Estado feito por cadáveres guarani kaiowá", "Eu sei que lá em cima Tupã está olhando por nós". ecoaram no local. Forte e ao mesmo tempo angustiante. Um show que principalmente os políticos, ou os que comandam a "cultura", deveriam estar presentes para ouvir e sentir a dor, Mas não, nenhum dele estava no local. Mas para que ? É apenas um bando de índios no palco. É vergonhoso tudo isso. E nessa luta e com canções afiadas, o Brô Mcs chamou ao palco o melhor grupo de rap do Estado e configurado como um dos melhores do país: Falange da Rima. Os caras chegaram com "Circo dos Horrores" e detonaram mais uma vez para variar. Uma apresentação magistral e com um forte apelo crítico como sempre. Falange da Rima é o rosto puro da periferia com suas dores e lutas diárias da vida. Magistral o encontro com o Brô MCs. Em seguida, Jerry Espíndola e Rodrigo Teixeira subiram ao palco para mostrar a união musical com "Sou da América do Sul". Uma letra que calhou bem para esse encontro: "Somos tão diferentes/Somos tão parecidos/Nosso estado é grave eu sei/Mas ainda estamos vivos/Nosso estado é sólido. é gasoso e é líquido/Somos vários Estados/Mas nunca os Estados Unidos". Outro encontro especial. Mais uma vez Brô Mcs encantou. Uma pena que pouca gente soube desse lindo espetáculo! Às vezes até me questiono sobre a continuidade de uma política cultural da mesmice: se paga e divulga bem artistas de fora do Estado e deixam de lado e com migalhas, os do Mato Grosso do Sul. Uma realidade bestial e cheio de falhas!





 
 
 

2 comentários

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Paulo Goid
02 de abr.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Excelente critica. Sim e preciso que se fale tudo ocorre com os irmaos indigenas. E preciso que todos saibam o quanto sao desrespeitados e maltratados. E tb jogar na cara da sociedade o quanto ela ignora tudo isto, mesmo qdo tem a oportunidade, de atraves da arte tomar conhecimento e se posicionar. Parabens Alex.


Paulo Gois - Santos-SP

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Convidado:
02 de abr.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Parabéns. Você é o único jornalista que tem coragem de escrever sobre essas coisas que se passam na nossa Cultura.

Luciana Teixeira

Campo Grande MS

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