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Textos Poéticos - A razão gera monstros, por Inorbel Maranhão Viegas

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga


Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de texto poético com o jornalista, poeta e escritor de Brasília (DF), Inorbel Maranhão Viegas, com "A razão gera monstros".


A razão gera monstros*


A frase é de Goya. Mas serve bem, se encaixa perfeitamente, para os tempos atuais em que todo mundo quer ter sua própria razão.

Ouço Eduardo Galeano dizer, numa entrevista antiga, que é preciso sentir, viver como um todo. Não temer o diverso, fugir do intelectualismo que separa a cabeça do corpo. Não quero ser uma cabeça rolando por aí. Quero ser o todo, o inteiro, com as minhas contradições e virtudes.


Não quero ter razão

Outro poeta me assalta a mente: Ferreira Gullar. Ele, a certa altura da vida, compôs o raciocínio/poesia a que recorro e utilizo como entretítulo, aí em cima. “Não quero ter razão. Quero ser feliz.”

É sábio e é simples. Leandro Karnal, conversando com Zeca Baleiro, no programa Evoé, vai além sem sair da mesma toada. Lembra que, nesses tempos instagramaveis, a gente precisa separar “estar alegre, viver a alegria, sem ser refém da busca incessante da felicidade”. É legítimo.


Quero viver


Na medida que não me torne refém desse inalcançável estado de felicidade.

Viver a vida assim. Em estado pleno. Ela se apresentando diante de mim com tristezas, alegrias, conquistas e frustrações, êxtase e dor. E eu percebendo a riqueza de desfrutar isso tudo. Compreendendo o sentido mais amplo do pensamento vivo de Galeano, Gullar, Karnal. Sendo, ao mesmo tempo, Hamlet e Manoel de Barros. Clarice e Coralina. Pessoa e Bandeira. Ana Miranda e Drummond.

Ser a vida. E vivê-la em seu estado puro. Até o último segundo.


Inorbel Maranhão Viegas

Brasília 12/05/2024

 
 
 

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