
Sábado no Blog do Alex Fraga é dia de texto com a professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Gicelma Chacarosqui, com "Um Satanás de saias"
UM SATANÁS DE SAIAS
Um satanás de saias. Sim um exagero de mulher. Afortunados os que possuem seu amor, desafortunados os que primam pelo seu rancor, pelo seu desatino, terão a indiferença eterna depois de conhecer o céu dos prazeres e/ou o inferno da insurreição dos quereres. Uma interiorana cheia de sonhos, aqui do centro Geodésico do Brasil. Uma simplória dessas fácil de conviver e difícil de esquecer. Destoa da maioria por não curtir sertanejo universitário e não frequentar esses recintos abestalhados do interior. De conversa fácil e bom proseio... Alegre e difícil de afetos.
Costumo pensar que ela vai, e quando vai, vai com força. Mas só volta para os de pertencimento, que tratam com jeito e carinho. Afinal, o amor é uma cama de espinhos. Nos deitamos por querer... Bem se vê que é daquelas que tem a alma impregnada de musgos, e lodo de fundo de rio. Feita das tempestades de chão que se levantam a qualquer momento do dia ou da noite e tomam o ser da gente. E nos deixam, assim como que perplexos, desorientados e querendo mais e mais e mais... Tempestades que tingem a existência e impedem o esquecimento. Funciona na temperatura do seu tekohá, nada nela é morno ou frívolo. É solar, aberta, efusiva, de sorriso largo e cor de pão e mel...
Alfabetizou suas leituras, em uma biblioteca caseira, entre uns milheiros de livros do seu avô paterno, as pessoas do Fernando Pessoa, as rimas do Olavo Bilac, As Histórias da meia noite de Machado de Assis, todos num português arcaico das primeiras edições, que disputava com os ratos, canibais de papel...
Cresceu ouvindo o por do sol e a cores das folhas secando nas estradas de chão do interior do interior do interior, das celuloses dos mapas. As cores da vida foram as insurgências de dia a dia. As pequenas tragédias cotidianas a fizeram forte o suficiente para saber que a solidão era o melhor caminho. Assim meio que com dor de árvore, cheia de seiva e brisa cresceu na sua imensidão de cunhã que se fez porã no caminhar. E repleta de poesia espalhou amor aos que souberam apreciar. Sem o exagero das libertinas, mas sem remorsos, escolhendo e sendo escolhida, assim como luz que fere os olhos, se instala no coração e não tem mais como se despregar; como dor que dói pequenininho, só pra te lembrar que existe, tá ali, ti pertence. E esse anjo-demônio, com boca de pecado pronta pra beijar, beijo doce, rascunhou sua existência de imensidão, aqui no sertão do centro, girandolou a existência de muita gente e viveu a longevidade de um beija-flor.
Gicelma Chacarosqui
Uau que amei❤️
Só imagino... Satanás dos Deuses
Jorge Luiz Fernando
São Paulo SP
😍😍😍😍😍😍😍❤️❤️❤️❤️❤️...de saia vindo de lavas...vc não vai para o céu!