Preencher a lacuna do líder, vocalista e guitarrista Mark Knoofler, sem dúvida é uma tarefa impossível. Como também a de outros de grandes bandas internacionais e até mesmo nacional. Mas, antes de escrever sobre o show da banda Dire Straits Legacy no último dia 13 (sábado), no Ginásio de Esportes do Guanandizão em Campo Grande (MS), é necessário tecer alguns comentários sobre a produção em geral. Há certas coisas que são necessárias rever para que não ocorram "pequenos incomodonos e transtornos" aos que vão assistir um show. Com relação ao da Dire, três pontos negativos: a abertura dos portões programada para às 20 horas, com atraso de 40 minutos e que quase ocorreu um tumulto devido a grande fila que se formou ao redor do ginásio que chegou até outra avenida (uns começaram a furar). Mas porque? Passagem de som atrasada? Outros motivos? Infelizmente ocorreu o não cumprimento do horário estabelecido e divulgado amplamente. Após a abertura, outro problema: o sistema eletrônico que permite a validação dos ingressos saiu fora do ar por pelo menos 15 minutos. Novamente inquietação por parte daqueles que queriam estrar logo para ocupar seus lugares. Tinha uma equipe de TI (da operadora de internet contratada) no local justamente para que não ocorresse algo assim, mas surgiu... . E o terceiro, foi reclamação de várias pessoas que adquiram o setor do "camarote". É sabido que quando se fala em camarote, se pensa que é uma estrutura evidencida a um espetáculo, onde o público pequeno VIP é acolhido em instalações mais confortáveis em relação às áreas destinadas ao restante da platéia. Mas não foi isso que ocorreu. Quem esteve no "camarote", ficou em uma aréa restrita em pé. Teve que enfrentar fila para adquirir suas bebidas e assim a reclamação foi grande. Chegou a um pouco que os garçons que atendiam outro setor mais privado e com mesas, passaram a vender nas grades do "camarote". Na realidade, deve-se ter cuidado quando anunciar essas áreas restritas para que o consumidor não se decepcione e sinta enganado, já que pagou um pouco a mais (setor também acolheu os que receberam ingressos de cortesia). Bom... mas vamos ao show da Dire Straits Legacy... Para os famosos críticos de plantão da internet, vale ressaltar que "não era uma banda cover que estava no palco como muitos escreveram logo que foi anunciada a atração". Sim, estavam lá grandes feras do cenário musical mundial como nada menos do que Alan Clark, Phil Palmer e Mel Collins. Clark foi o tecladista simplesmente mudou a cara da Dire Straits e que após sua entrada, a banda estourou mundialmente. Também completando a banda, o percussionista Danny Cummings (integrou a Dire Straits em 1990) participou do álbum e turnê ‘On Every Street’; o guitarrista Jack Sonni que esteve nas gravações e turnê do álbum Brothers in Arms; Marco Caviglia nos vocais e guitarra, John Giblin (que já fez turnês com Phil Collins) no baixo, Cristiano Micalizzi (que trabalhou com Laura Pausini) na bateria e Primiano Dibiase nos teclados base. Um show que iniciou por volta das 22 horas e com um cenário lindo, telão com vários momentos da banda, jogo de luzes impecável. O tipo de show para "gringo" assistir e não reclamar. No repetório, grandes clássicos e o mais interessante que os músicos iniciaram com canções menos conhecidas do grande público. Ao todo foram 16 em duas horas de espetáculo. Até um "salve" para a rainha do rock Rita Lee aconteceu através de seus integrantes, lembrando a importância da artista para o rock. Set list impecável onde a banda começou com Expresso Love, passando por Skateaway, Ride Across The River, Tunel Of Love e a linda canção Romeo & Juliet. Sem muitas delongas, foram para Telegraph Road, Private Investigation e depois na medade do show, começaram a tocar os grandes sucessos como Your Latest Trick, Walk Of Life, Setting Me Up, The Bug, a já esperada Sultans Of Swing, e Tow Young Lovers. Sairam do palco e é claro que deixaram para o final Money For Nothing, Brothers In Arms e a mais esperada de todas, So Far Away, finalizando um show épico! Sobre o som? Como todos sabem: ginásio de esportes não foi feito para shows musicais devido a acústica. Pode ser o melhor equipamento do mundo, não sairá perfeito. Nesse show até que conseguiram manter uma sonoridade boa. Vale ressaltar por sua vez, que os produtores que trouxeram a Dire Straits Legacy (os mesmos da Marisa Monte) não têm culpa sobre o local. Eles fizeram o melhor. A realidade é essa: Campo Grande é um das poucas capitais do país - se não é a única, que não tem um espaço adequado para receber grandes produções. Por sua vez a cidade não pode deixar de ter shows musicais como este. Triste isso, mas é uma realidade que tem que ser falada, escrita, divulgada e cobrada! Eu matei a saudade dos velhos tempos (e olha que assisti a Dire Straits com Mark Knoofler). Portanto, escrevo com propriedade. Foi épico sim!
Comments