Referência do rock sul-mato-grossense, com 27 anos de estrada, O Bando do Velho Jack retorna aos palcos. No Sunset Growler, em Campo Gande (MS), dia 6 (véspera de feriado) os caras sobem ao palco. Na abertura, Érika Espíndola. Uma volta que seus integrantes estão encarando como um recomeço, já que no ano passado, o vocalista e guitarrista Rodrigo Tozzette descobriu um tumor na tireóide e teve que fazer uma cirurgia delicada e que poderia comprometer sua carreira como cantor. Ao Blog do Alex Fraga, Tozzette falou pela primeira vez oficialmente sobre esse problema de saúde (apenas os amigos mais íntimos e parentes sabiam), do show e outros projetos que estão pensando em realizar esse ano e nos próximos.
"Nós estamos ansiosos para esse show e com uma expectaiva grande. É como um recomeço para gente e para mim em particular. Nós protelamos essa volta um pouco. A pandemia travou tudo, como todos do meio artístico cultural. No entanto, quando as coisas começaram a andar, os shows retornando, tive que fazer uma cirurgia em maio do ano passado. Descobri um câncer na tireóide e tive que retirar. Por sorte peguei no começo. Fiz a tireoidectomia e graças a Deus a cirurgia foi muito boa, tudo excelente nessa parte. Mas fiquei com uma paralisia de um dos lados das cordas vocais, porque traumatizou alguns nervos. Algo é que inevitável nesse tipo de cirurgia. Apesar ter sido muito bem feita, fiquei com esse problema. Assim fui atrás de resolver com fisioterapia. O trabalho fisioterápico se estendeu até dezembro. Esse ano comecei fazer um trabalho de fonoaudiologia para voltar na questão da movimentação das cordas vocais, justamente para cantar, já que fiquei totalmente impossibilitado. No ano passado estava sem saber se poderia voltar a cantar ou não. Mas levei tudo na tranquilidade, indo atrás e trabalhando nisso e as coisas foram encaixando", disse.
Tozzete acrescentou que está ainda fazendo o acompanhamento, pois ainda tem que condicionar mais coisas para trabalhar e arrumar. "Fiquei com algumas limitações, como nas movimentações das cordas vocais. Aparentemente podem ficar definitivas, mas não vão me atrapalhar. Esse período todo deixou a gente sem saber o que iria acontecer. Esse ano que a coisa deu uma clareada, começamos a ensaiar, fazer alguns testes e aí eu praticando bastante, fomos voltando a colocar a banda nos trilhos. De uns três meses para cá idealizamos esse show e os trabalhos foram iniciados. São já dois meses de ensaios. O show tá bem legal e estamos curtindo muito. Sentimos que é mesmo um renascimento. Há música nova, inclusive lançaremos um pré-save de um single no show com o "qr code" para as pessoas fazerem no spotify e depois receber a música em primeira mão. Ela se chama "Sempre no mesmo lugar", uma composição do nosso tecladista Alex Cavalheri. Há uma outra que estará fazendo parte do show que nunca gravamos e registramos. Então estamos aí... uma banda de 27 anos fazendo coisas novas. Temos mais canções que lançaremos daqui uns dias e estamos cheio de gás e iremos pra cima".
Nesse show do O Bando do Velho Jack, Rodrigo Tozzette afirmou que existem algumas releituras do classic rock que entraram no setlist e que não tocavam. Uma versão dos Beatles e outra do Elton John. Músicas de bandas e artistas que gostam muito e têm a ver com a trajetória do O Bando. "De resto são as autorais, as versões da música regional, coisas que são nossas influências. Música regional e a classic rock. Os composiores regionais fazem parte de nossa influência. Desse show para frente pretendemos dar continuidade como estávamos antes da pandemia. Vamos fazer mais singles para finalizar um CD completo e trabalhar bastante...,recuperar esse tempo que ficamos parados".
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