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Refrexão - Eu, meu amigo Minhoca e a viagem à lua

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 12 de dez. de 2022
  • 2 min de leitura

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão do poeta e escritor de Curitiba (PR), Sylvio D Prospero, com seu Eu, meu amigo MInhoca e a viagem à lua.



REFLEXÃO - EU, MEU AMIGO MINHOCA, E A VIAGEM À LUA (Véio D'Prospero)


O Minhoca era um amigo especial na minha infância, ele vivia em um mundo só dele mas de vez em quando permitia que eu participasse de suas aventuras, que normalmente eram noturnas, daí seu apelido, Minhoca.

Numa dessas aventuras o Minhoca me convidou para ir até a lua, garantindo que já tinha tudo preparado, já havia construído o foguete, já havia estudado os caminhos, o tempo da viagem, tinha até feito um mapa, uma folha de papel com uns rabiscos unindo uma bola grande, escrito terra e, uma bola menorzinha escrito lua.

Nos meus oito anos, aquilo sim é que era aventura, e eu não tive nenhum medo, pois eu estava com o Minhoca.

Teria que ser em noite de lua cheia, para ele poder vê-la quando estivéssemos voando, seguindo a rota programada no mapa de viagem.

No quintal do seu Chico Bacatero, no meio de pés de mamonas, que o Minhoca chamava de seu mundo, encontramos o foguete, na realidade eram dois, todos feitos de caixas de papelão, unidas por durex, amarradas com barbante e estavam em cima de dois pneus devidamente colocados sobre duas tábuas que, como me disse o Minhoca, era a plataforma de lançamento.

Minhoca me passou um saco de batatas vazio, feito de estôpa, pediu que eu entrasse numa das caixas e colocasse-o sobre a cabeça, aquela era a roupa espacial para podermos suportar o frio da viagem.

Tomado pelo prazer da aventura cumpri todas as ordens do Minhoca.

Cinco...quatro...três...dois...huumm

Lá fomos nós, com um barulho ensurdecedor dos foguetes cruzando o céu estrelado rumo à lua.

Passamos por várias estrelas, e o Minhoca com grande conhecimento do universo, ia me mostrando o caminho, nomes das estrelas, me explicando as distancias que estavamos percorrendo e me impressionando pela velocidade.

De vez em quando me pedia para aspirar uma mangueira, por onde corria oxigênio, me dizia ele.

Fizemos uma volta em torno da lua apreciando a visão maravilhosa e voltamos, adentramos na atmosfera da terra com nossas naves pegando fogo e pousamos na plataforma, no meio dos pés de mamonas, no terreno do "seu" Chico Bacatero.

Até hoje tenho dúvidas se fomos até a lua, mas sempre que olho para o céu em noite de lua cheia vejo, bem pequenininhos, dois rastros dando a volta nela e voltando para a terra.

Então não tenho como não acreditar, tendo a certeza de que somos nós e nossos foguetes, viajando na recordação.

(Véio D'Prospero)

 
 
 

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