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Reflexão - Diário de uma Idosa 285, por Joana Prado Medeiros

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • há 8 horas
  • 2 min de leitura
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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão com a historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 285.


MEU NARIZ RODOPIOU NAQUELA BRINCADEIRA DANÇANTE...


Quando eu tinha quase quatorze aninhos, fui a um bailinho, foi no salão da igreja, em um vilarejo próximo à pequena fazenda dos meus avós. Fui toda faceira, me achando a mocinha e também importante, pois "era da cidade". Usava um vestido de lãzinha verde limão com um barrado lilás. Os cabelos presos no alto da cabeça, encaracolados. Calçava um sapatinho com um salto pequeno, de verniz marfim. Era a primeira vez que participava de algo assim. Fiquei deslumbrada. Os moços e as moças dançavam rancheira alegremente. Eu fiz de tudo para chamar atenção, e nada, ninguém me tirava para dançar. Que desespero! Lá pelas tantas, vi o guri que eu gostava, dei um jeito de ficar perto dele, mas que nada, o menino nem me olhava. Foi um fiasco, e na hora de vir embora, minhas tias todas alvoroçadas foram chamando uma por uma. Era uma noite fria, e este evento era por conta dos festejos da Quermesse de São João. Naquele furdunço, o menino dos meus sonhos chega bem perto de mim (até pensei que ia me beijar - que susto!) e me olha e diz: "Você tem o nariz torto!" Do nada, bem assim. Saí engasgada. A partir daí, passei a examinar meu nariz! Um nariz com um nódulo no meio, parecendo nariz de turco, e ligeiramente torto para a esquerda. Por tempos e tempos, encasquetei e sofri com o meu nariz. Depois, fiz dele o meu guia. Ah, dá nada, não é só um sinal!!! E assim respiro por vias esquerdistas. Tanto fiz que o meu nariz torto me levou a bailar muito, namorar muito, muito, muitíssimo. Assim sigo eu, vivo dançando, mesmo quando não há música. Às vezes, sem ritmo, sem plateia, sigo. Sabe, hoje eu mal percebo a "tortice" do "vivente respirante". Ele é um charme, e charme é para quem tem. Em tempo, sou absolutamente apaixonada por narizes, e os homens narigudos são lindos. O supra-sumo da beleza, vixi Maria.


(Joana Prado Medeiros - 30/09/25 - Direitos Autorais Lei 9.610/98)"

 
 
 

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