Reflexão - Diário de uma Idosa 268, por Joana Prado Medeiros
- Alex Fraga
- há 1 dia
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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão, com a historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 268.
DA SÉRIE AMIZADE - 01...
Com ela comungo pensamentos filosóficos, sociológicos, políticos e literários, também todos os mandatos e a barra emocional...A (in)sustentável carga de ser. Iniciamos nossa amizade no início da minha carreira profissional, trabalhamos na mesma escola e a noite fazíamos cursos superiores na mesma faculdade eu História e ela Letras. Nos corredores, sindicatos, passeatas e nos bares estávamos sempre juntas.. Eu vi seus cabelos crescerem e ela viu o meu curtinho, bem moleca a sorrir pela vida. Dividimos o tudo do todo de nossos desamores e também todas as glórias dos amores bonitos. Vi seu mundo crescer e ela viu o meu. Esteve comigo quando fui fazer exames para ver meu coração frágil por conta de uma angina, também ela respirou comigo e disse trinta e três nas trezentas pneumonias do meu triste pulmão. Eu acompanhei sua face, sua viuvez e seus amores. E ela chorou ao meu lado quando meu pai partiu. Minha amiga de alma de realizações e dores. Ela tem uma filha, eu tenho um casal de filhos. Eu sei que nos corredores da faculdade final dos anos 70 abraçadas estávamos. Ela me viu amamentando o meu filho e acariciou e enxugou minhas lágrimas de mãe menina solo. Ela é apaixonada por Caetano, Chico, Bethânia e Mercedes Sosa. Neste momento ouço Bethânia e choro de saudades dela. Falamos sem hora e sem data e sem a necessidade de filtros....Somos amigas e sonhamos assim...Ela é ímpar e de vez enquanto some e o meu mundo fica cheio de sua ausência e quando consigo falar com ela o ladrilho da minha casa fica limpinho pois com ela converso e saio conversada. Eu acompanhei sua mudança para outra cidade, ela tem a alma inquieta, de cigana, vê nuances que ninguém vê...Minha amada amiga de mais de quatro décadas... Marilene, Mari, de olhos verdes sonhadores que me olham com sorriso pequeno, apertado, ela ri sem rir...Ela é belíssima, linda, soberana, vaidosa, tem olhos de infinito sempre me dizendo - Ah! Volver a los diecisiete, después de vivir un siglo...Eu te amo eternamente te amo. ( Joana Prado Medeiros - 06/05/2025 - Direitos Autorais Lei 9.610/98)
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