Nesta segunda-feira, no Blog do Alex Fraga, o texto de reflexão do escritor e poeta de Curitiba (PR), Sylvio D Prospero com seu "Tonhão Boca de Porco - O dinheiro no banco".

Quando cheguei no Antro Etílico, boteco que costumo frequentar, meu amigo de bar Tonhão Boca de Porco e o Saidera, dono do boteco, estavam discutindo calorosamente.
- Qué isso meus amigos, porquê esta briga toda? Perguntei.
- Seu Silvo ú sinhô sabi qui eu ricibí uns troco do INPS, qui eu dipuzitei na porpaça, daí, aqueli seu amigu qui é cantô, mim disse quí é bão a genti í vê todu dia si u dinhero tá lá nu banco, daí eu fui i a minina dú bancu mim deu um papérzinho i disse qui ali istava ú meu dinhero, dai eu vim pagá u Saidera, das liza qui eu bibí, cum ú papérzinho, í istô quereno meu troco, i u Saidera disse qui esti paperzinho num vali nada!!!
Olhei pro Saidera, que já não estava mais brabo e sim rindo baixinho.
Pedi duas lizas e com um bom bate papo expliquei para o Tonhão o significado do papelzinho...
Tonhão tomou a liza, coçou a cabeça quase sem cabelo, me olhou de soslaio, se levantou, pediu mais duas lizas, me deu uma e, entornando a outra goela abaixo falou com convicção para o Saidera:
-Vô dexá esti paperzinho cocê, acuma garantia, di quí eu tenho dinhero e vô podê pagá as lizas quí eu bebê!!
Me deu um tchau e saiu assoviando o Hino Nacional, e descendo rua abaixo.
O Saidera colocou o papelzinho, onde estava todo o dinheiro do Tonhão, num póte, onde guarda relíquias, e sorrindo me disse:
-Vou guardar aqui seu Sylvio, o dinheiro do Tonhão, como recordação de uma honestidade!!!
Sorrí, tomei a minha liza, paga pelo paperzinho de dinheiro do meu, inocente e honesto amigo, Tonhão Boca de Porco!! (Véio D'Prospero)
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