
Segunda-feira, no Blog do Alex Fraga, texto de reflexão do escritor e poeta de Curitiba (PR), Sylvio D Prospero, com seu texto "Tonhão Boca de Porco - Décimo Terceiro".
Ontem à tarde passei no Antro Etílico, o boteco que costumo frequentar, e o Saidera o dono do boteco, estava trepado na escada enfeitando, com lampadinhas coloridas, a porta do Antro, e Tonhão Boca de Porco, meu amigo de bar, lhe passava os fios pedindo:
- Muintu cuidado Saidera!!!
Ao me ver foi logo gritando:
- Seu Silvo, pode pegá uma Liza pru minha conta, ú Saidera tá ocupadu agora!!!
Me servi da Liza, me sentei no banquinho cativo, que tenho no boteco, quando Tonhão meio duvidoso me perguntou:
- Seu Silvo, ú guvernu foi bãozinho cum us apusentadu, í liberô ú decimo trecero antis dú natá, mai í agora, cumu é quí nós vai fazê nu natá, sem ú décimu trecero??!!
Olhei para o meu amigo Tonhão, que vive na dificuldade de sobrevivência sem ter o discernimento e a possibilidade de fazer qualquer tipo de reserva financeira e fiquei sem uma resposta para responder, mas com algumas palavras achei que ele compreenderia.
- Intindí seu Silvo!!! Ú guvernu feiz quiném o pessoá das arta faiz nu Natá, dão cumida da boa, docis i presente, tudu num dia só i dispois espera até ú otro Natá, pra fazê tudu di novo, í us coitadinhu qui si vire até o otro Natá!!!
O Saidera desceu da escada, serviu uma Liza pro Tonhão, de graça, me ofereceu uma também, colocou uma no seu copo e brindamos ao governo e às pessoas que se preocupam com o semelhante, mesmo que seja, por apenas um dia e por um motivo qualquer!!!
Tonhão virou a Liza goela abaixo, me deu um tapinha nas costas e com um sorriso desceu rua abaixo, assoviando o Hino Nacional!!!
É Tonhão, e assim a ninguenzada vai se arrastando na vida!!!
(Véio D'Prospero)
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