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Reflexão - Reflexão, por Joana Prado Medeiros



Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de reflexão, pela professora universitária, poema, escritora e Historiadora de Joana Prado Medeiros.


DIÁRIO DE UMA IDOSA 193 - DESILUSÃO - QUE TRISTE...

Eu derramei em ti todos os meus arquétipos de amizade, nos meus loucos sonhos te imaginava a cuidar de mim. Nos meus loucos sonhos você veio para preencher o vazio de eu não ter tido uma irmã e te coloquei como um alicerce para todas as horas...Tu não tens culpa, a criação dessa coroa e o cetro foi eu que coloquei, o bastão e o anel dourado da amizade mais pura fostes eu que em uma cerimônia regada de vinhos, louros e súditos te nomei...Ergui a espada e te consagrei cavaleira das trombetas e bandolins...Por mais de uma década esse reinando se compôs e em muitos dias de chuvas e relva você presente chegava...E em muitas noites de tempestades fostes o para raio em meu castelo, dos quais sou eternamente grata. Mas, todo conto de fadas tem uma bruxa para apavorar. Tem o calabouço e a ponte pênsil...Do nada sem mais denlongas, cai no poço e sai sem vestes e sem a irmã que julguei ter tido um dia!!!...Como a ciranda cirandinha brinca o anel que tu me destes era vidro e se quebrou. O reino em agonia fecha às cortinas do espetáculo e tapa as janelas de feltro cinza...Me fecho em copas feito a rainha de espadas que ergue a cabeça e segue a realidade nua sem enfeites se mostra e crava sem medo a cruz - Nunca tive nem terei uma irmã!!! Se o sino da torre tocar e se pela porta você adentrar serás bem vinda - sem as vestes de irmã! As uvas nas parreiras tecem o segredo da vida eu ergo a taça do desengano e sigo, nada te condeno, nada te espero, tampouco nada te nego...E pra não deixar a infantilidade vencer de que "agora eu era herói e o meu cavalo só falava inglês" somos filhos da época eu sou do tempo que amizade existia. Preciso conviver com a época atual que valida o tempo todo que ninguém é amigo de ninguém. A equação é simples nem preciso procurar a tal hipotenusa. Fico rubra sinto vergonha alheia e de mim mesma. Vou longe nessa insana luta entre a emoção e razão, viva Bocage! Neste particular parece que sou e serei sempre a destoada boba da corte - presente!


( Joana Prado Medeiros - 25/11/2023- Direitos Autorais Lei 9.610, 19/02/98)

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Guest
Nov 30, 2023
Rated 5 out of 5 stars.

Maravilhoso texto

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