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Reflexão - Diário de uma Idosa. 84, por Joana Prado Medeiros

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 8 de dez. de 2021
  • 1 min de leitura

Quarta-feira, dia de texto de reflexão no Blog do Alex Fraga, com a historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, co seu "Diário de uma Idosa 84".


Não sei escrever versos de amor, sei arder lágrimas quentes...Sou insana e carrego fatiado o coração rubro de dores deitado sob costelas frias acolchoadas em espumas que expande inspirando e respirando ausências. Não sei escrever poemas de amor e deito os olhos no lume negro dessa vidinha sem tua face, murmurando teu nome dobrados joelhos rezando teu mantra. Com o corpo fechado feito ostra reviro o mundo e busco a pérola de teus olhos. Não vejo o sinal de tua testa nem o m de suas mãos abertas. Não vejo teu peito de Hércules nem o teu calcanhar de Aquiles...Nem mesmo teu riso de art déco. Não, não sei escrever poemas de amor. E ébrio de mim te vejo na página do livro que leio no moço de moto na série do netflix... Na taça que me traga...No desejo quente das tardes. Solidão. Esfumaçada feito chave abandonada tua lembrança permanece... marcada por clipes gastos nas folhas do meu caderninho. Não, não sei escrever poemas de amor! No armário embutido o jazz ecoa...Nos braços flácidos, o estandarte não se sustenta os olhos cansados deitam mira a tela na janela que é na verdade um catalizador de sonhos... Você.


( Joana Prado Medeiros - 03/12/2021) É Pandemia.

 
 
 

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