Quarta-feira no Blog do Alex Fraga, texto de reflexão da historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 80.
Estou muito enjoada de dialogar comigo, meu diálogo interno está congestionado, muito tráfego de inúmeras cenas, buzinas e espantos. Penso em parar em um acostamento relativamente seguro e silenciar, tarefa um tanto quanto complicada pois meu instante é feito flash de neons desencontrados... Recorro a respiração pausadamente...Vamos lá...Ouço com carinho meu respirar... Aqui é agora agora e aqui...Pronto estou vivinha da Silva e tudo no agora acontece...Recordo que o medo ficou naquela curva fechada no ontem...E por mais que eu imagine esse medo no amanhã nunca ele terá os matizes que imaginei, o amanhã é uma surpresa e tanto, nada atravessa à nado, andando ou voando ( e nem flanando) o mesmo rio. O que senti ontem não tem a mesma cara agora e amanhã terá matizes não pensados... Por que tememos os sentimentos? Se nem mesmo em nossos diálogos internos conseguimos decodifica-los? Eita pega como se diz no meu estado, que tarefa difícil silenciar a mente!!! Diante de tantas neocolonização até parece natural ser escravo de uma mente colonizada com ideários anêmicos e cristalizados? estarrecedor...Respira inspira, respira... Quem sou? Sou apenas uma caixinha composta de cabeça, tronco e membros!!! Respiro. Tenho que comer, (amanhã converso comigo) vou comer pão com mortadela sem refrigerante tenho raízes de lutas sociais engulo seco faz tempo.
( Joana Prado Medeiros - 21/11/2021) É Pandemia.
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