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Reflexão - Diário de uma Idosa 79, por Joana Prado Medeiros

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Sexta-feira dia de texto de reflexão no Blog do Alex Fraga, da historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 79.


A rua que mora em mim, tem alma. São muitas. São feitas de som e trabalho, espasmo e suor! Contudo também é feita de laço e de nó de sonho lunares, de olhos espichados adiando o sono para contemplar a vida. Quando eu era criança uma de minhas canções preferidas dizia: “Se essa rua se essa rua fosse minha eu mandava eu mandava ladrilhar com pedrinhas com pedrinhas de brilhantes… Para o meu amor passar”.

Para os meus “senti-vocábulos” a rua nasce das diferenças e das semelhanças e destes inúmeros contornos presenciamos – Prédios, Casas, Edificações Comerciais e Muros que esquartejam e segregam as almas.

Coordenadas em meu coração vagabundo e transeunte encontro ressonâncias nas ruas há suor humano na argamassa dos seus calçamentos. É palco de todas as misérias e alegrias que testemunha cada casa que se ergue e cada casa que se vai. Por isso para mim cada rua é um ser vivo… Em eterna construção. As ruas são prolongamentos de nossas artérias, recordações e começos e recomeços, algumas são sinistras, estranhas ou conhecidas e amadas. Certificadas pelo tempo são as ruas de minha cidade natal, a rua da minha casa, da minha escola, da praça onde assistia meu irmão soltando pipa ou papagaios como alguns assim chamam… Cada um de nós carrega em nossos corações uma Avenida! Quando iremos admitir que a rua é que mora em nós?

Sine qua non!


( Joana Prado Medeiros - 18/11/2021) É Pandemia.

 
 
 

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