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Reflexão - Diário de uma Idosa 263, por Joana Prado medeiros

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura

Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 263.


O LENÇO E O NÓ...


Queria saber escrever como os grandes escritores, já pensou? Guimarães, Rilke, Thomas Mann, são tantos...Queria saber traduzir em palavras o que me traduz o que me cobre. Não sei, nem nunquinha irei saber e sem saber tento e tentando sigo e me desmancha a alma e me põe a nú e tenho medo. O teu lenço que carregavas alfinetado na cola da roupa para levar fácil a boca, enxugar os lábios...O teu parkinson te fazia babar...Babar pela vida, babar por teus feitos, teus desfeitos...Guardo o teus lenços e teus alfinetes...Estes, me espetam a toda hora e os teus lencinhos ainda enxugam minhas dores. Quando do quando a dor virá atravessar meus braços e tremores!? Quando virá o dia que serei um pouquinho de ti! E quando do quanto amor duas almas irão sorrir abraçadas!? Tenho agonias infinitas e ao mesmo tempo tenho glórias benditas. E sei que o que me toma vem vestido de lenço e nó...O nó das desavenças e das palavras ditas mal faladas...O nó apertado da saudade. E o lenço limpando as marcas...O lenço e o nó na gola da camiseta e a Senhora de Aparecida acompanhando....Que hoje me acompanha em calçadas errantes e sem beiras. De quando o olho se derrete ao ver seus lencinhos...E seus alfinetes são as jóias mais caras que toco. O seu cantinho da boca molhado continua molhando meu viver mãe, meu Passarinho Amarelo.


(Joana Prado Medeiros - 01/04/2025 - Direitos Autorais Lei 9.610/98) - Fotografia - Armandia Prado Medeiros ( Dna Doninha) - Verão de 2015 - Praça Antônio João - Dourados MS

 
 
 

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Guest
03 เม.ย.
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