Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão da professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com "Religião... O Cortejo de Reis...Solinha de Couro".
RELIGIÃO...O CORTEJO DE REIS...SOLINHA DE COURO
Eu gosto de pensar a religião, os cultos, rituais, a partir da Sociologia da Memória de Maurice Halbwachs, ele aponta que a preservação e reprodução das tradições religiosas depende do movimento da própria dinâmica que envolve a memória do grupo religioso. Ocorre um reforçar de memórias um entrelaçado de memória individual e do grupo, geram pertencimento e identidades. E também as tradições religiosas mostram toda a sua fragilidade e versatilidade, mostram suas mazelas e glórias. Coloca as claras o início de suas fidelidades, do adestramento etc. Então, para nós que dizemos que o passado é cada vez mais desvalorizado as instituições religiosas de alguma forma mantém as tradições, fornece, elementos e pistas para estudarmos também a "destradicionalização", sacralização, a dança frenética do profano e o sagrado! De modo que acaba sendo muito simplório este olhar dualista "religião sim ou não". E também gosto muito de pensar as rezas, as procissões com o olhar mitológico de Joseph Campbell, Ah! O poder dos mitos..Sinto uma alegria imensa de ouvir as cantorias na folia de reis. Eu vejo o meu avô todo encurvadinho de alferes carregando a bandeira, parecendo uma solinha (de couro) baiana, vejo meu padrinho todo em-palhaçado rindo para mim. Eu sinto uma pertença enorme, do tamanho da minha saudades. E viva o dono da casa! Santo Reis que abençoe!
( Joana Prado Medeiros - 14/01/25 - Direitos Autorais Lei 9.610/98)
Sempre perfeita em suas reflexões.
Suzi de Carmo ,- Campo Grande MS
A escritora Joana Prado, em um texto publicado no Blog do Alex, nos convida a uma profunda reflexão sobre o papel das tradições religiosas em nossas vidas. Com uma prosa poética e repleta de emoção, ela tece uma narrativa que nos leva a pensar sobre a importância da memória, da identidade e do sentido de pertencimento que as religiões proporcionam.
A autora, ao analisar as festas religiosas sob a lente da Sociologia da Memória de Maurice Halbwachs, demonstra como essas celebrações são muito mais do que simples rituais. Elas são momentos em que as memórias individuais se entrelaçam com as memórias coletivas, fortalecendo os laços sociais e reforçando a identidade do grupo. Ao reviver as tradições, sentimos uma conexão profunda…