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Reflexão - Diário de uma Idosa 224, por Joana Prado Medeiros

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga


Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com "Diário de uma Idosa 224".


PENALIDADE MÁXIMA


Naquele sete de Setembro eu não sabia o significado do "Quando entrar setembro...E a boa nova andar nos campos. Quero ver brotar o perdão. Onde a gente plantou juntos outra vez" E andamos nos campos e deitamos no gramado, caminhamos entre os currais, mas o perdão não nos acompanhou e o que plantamos juntos no cárcere ficou. Aquele sete de Setembro eu corrigia as provas dos meus alunos e você veio e entrou, espalhando as provas pelo chão me tornando aluna repetente, não passei, não alcancei nota na prova mais importante da minha vida. Naquele sete de Setembro selei com chave de ouro a minha prisão perpétua. Fui julgada e condenada sem direito a defesa. Fui mártir da minha independência, feri o sangue dos meus, mutilei e amputei inocências. Aquela tarde nos custou dez anos de luta juntos...E depois o resto de minha vida, só, no tronco, sem água, sem guarida e sem perdão vendo todos os dias estrebuchar no chão as salivas das acusações. Por toda a eternamente seguirei pagando o crime por te amar. Não passei na prova, mas aprendi os que carregam o mesmo sangue (os familiares) castigam com mais crueldade, com propriedade.


 ( Joana Prado Medeiros - 02/07/2024 Direitos Autorais Lei 9.610, 19/02/98)


 
 
 

1 Comment

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naf.celular
Jul 04, 2024
Rated 5 out of 5 stars.

Vc foi toda superação nesse texto. ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

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