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Reflexão - Diário de uma Idosa 188, por Joana Prado Medeiros

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga


Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com Diário de uma Idosa 188.


DIÁRIO DE UMA IDOSA 188

A FAMADA COMPETIÇÃO


...E dê-lhe competir...Quando eu era criança lá no grupo Escolar Tenente Aviador Antônio João aquele que falou " sei que morro mas, o meu sangue servirá de protesto solene". Lá em Caarapó - MS...Eu de braço direito amarrado e com a cartilha Caminho Suave toda decorada, pois não aprendia ler a dislexia, era uma dona de chicote em punho...Enfim, era meu primeiro aninho. ( Em seguida mudamos para Dourados- MS e fui estudar no enorme Colégio das freiras o Imaculada Conceição). O fato é que todas as festinhas que havia no grupo escolar lá ia eu declamar uma poesia, "assude", que uma menina resolveu competir comigo foi um Deus nos acuda! Eu ia falava minha poesia em seguida a Lurdinha ia falava a mesma poesia...Credo em cruz, Ave Maria eu ficava fula da vida...E quando eu era a última a falar a mesma poesia, pedia pra morrer. Foi indo, foi indo, que abandonei a empreitada, bati em retirada e a sequela ficou... Desde sempre tenho ojeriza de competição arre égua!. Mas, o tempo é caprichoso e vesti a camisa de adulta, o chicote resolveu se fazer valer e tanto, tanto aconteceu que acabei adotando uma posição ferrenha - Se entrava em uma competição doava o sangue, suor, lágrima e alegria e dela só saia vencedora...Porém, contudo e todavia pra mode entender meus cabelos brancos, eles agora por fim por derradeira gota serena largou mão do tal certo ou errado do vencedor ou perdedor e deitei o arreio. Nesta esteira hoje e hoje e agora neste exato minutin nem tô aí pra tal da competição. Aprendi que não importa, nada importa, pois até meus sentimentos e pensamentos me traem na fechadura da porta...Quero mesmo é desaprender de mim e do outro...Nem miro o "mais"...Durmo mesmo é no menos, passarinho por aqui e só. Nem sei dos seus fulanos de anzóis. Mas, sei dos sem eiras e beiras. O meu telhado é pobrezinho mastigo dias e a noite agasalho as labutas e sonhos espalhando joaninhas pelo chão.


( Joana Prado Medeiros - 23/10/2023 - Direitos Autorais Lei 9.610, 19/02/98)

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