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Reflexão - Diário de uma Idosa, 156, por Joana Prado Medeiros

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão pela historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados, Joana Prado Medeiros.


DIÁRIO DE UMA IDOSA 156


Naquele tempo, eu caminhava por um caminho de solo quente, pés descalços ardendo. O sol queimava a moleira e a nuca ardia. Todo sacrifício era feito para chegar até a areia fria no meio da mata verdejante. A primeira coisa que fazia era enterrar os pés...E desenterrar sonhos deitada no chão geladinho. Ficava olhando as copas das árvores e as borboletas azuis bailando, cheirava aquele cheiro de mata molhada, de desejo molhado. Eu tão pequenina já chamava por ti!!! Tu és! Fostes desde sempre, sem ter sido, tecido e amanhecido, nascido temporão. Guardado no ventre já parido de vermelho paixão. A pele segue suando a solidão. Essa, aquela, sabe, que arranha rusgas do tempo na soleira da porta... A tua espera em vão!


(Joana Prado Medeiros - Respeite os Direitos Autorais Lei 9.610, 19/02/98)

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