Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de reflexão com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 152.

DIÁRIO DE UMA IDOSA 152
Minha memória me trai de forma covarde. Eu jamais poderia esquecer tudo, o todo do tudo que me vestiu de horror e desamor...Achei que nunca esqueceria e vejo, agora, que meu coração de verso não se recorda com precisão às agruras vividas. Não devo esquecer dos risos tortos e das falas cortantes do imigos ( falsos amigos) que se dirigiram a mim com seus olhares de escárnio sedentos de maus desejos e celebrando por fim a glória de me ver "pagando" todo o preço por ter sido a vida toda "filhinha de mamãe" . O fato é que paguei muita festa para porcos. Durante estes últimos anos fui alvo de deboches e injúrias porque tive um berço de prata e os pais feitos de ouro. Festejaram um inventário enrolado e riram. Mal sabem os infelizes, que dos fios dourados da rede que cresci foram também tecidas as fibras da minha alma. Lembrar, então pra quê?! Para nomear cada nome, cada face e me manter afastada. Para fazer uma lista e enfiar goela abaixo na tocha cinzenta do tempo da justiça...E também para renomear e nomear quem é quem nas cordas do meu violão. Hoje, pessoas tóxicas comigo não ri.
(Joana Prado Medeiros - ( Direitos Autorais Lei 9.610, 19/02/98)
Correto poetisa, tirar da convivência as pessoas que lhes fazem mal e envenenam a alma.