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Reflexão - Diário de uma Idosa 108, por Joana Prado Medeiros

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Quarta-feira no Blog do Alex Fraga, texto de reflexão da historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu Diário de uma Idosa 108.

DIÁRIO DE UMA IDOSA 108.


Eu tinha 13 anos e sentia os olhos lagrimejantes e as narinas frias através da fresta da janela. Via a luz do teu quarto acesa esperava você apagar indo dormir e eu então agonizava e imaginava você estraçalhado morto. Deitava meus sonhos nas páginas de Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco. Gastava horas copiando os poemas de Lord Byron e os meus pulmões arfa até hoje o estilo gótico. Essa minha alma carpideira carregava todas as dores que estavam por vir como um rosário que contava sem saber que a vida seria um eterno desencontro. Eu ouvia a música feelings...Nada sabia da letra só conhecia a dor. Desde sempre uma aragem fria de solidão namora meu viver. Naqueles dias eu ia para escola como um dos meninos de areia de Jorge Amado. Nunca mais me achei e se me achei foi demais achado e hoje quando "me apercebo" percebo que sempre fui...Tao somente fui...Fiquei lá na floresta úmida que você machucou.


( Joana Prado Medeiros - 11/04/2022) É ainda Pandemia.

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