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Reflexão - Diário de uma Idosa 104, por Joana Prado Medeiros

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 16 de mar. de 2022
  • 1 min de leitura

Quarta-feira no Blog do Alex Fraga, dia de texto de reflexão da historiadora, professora universitária, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros com seu Diário de uma Idosa 104.

Sinto uma angústia sem nome uma espécie de ressaca do "eu diluído" um cansaço de véspera de toda sorte de acontecimentos... Da festa de outros tempos e dos tempos atuais a véspera de nefastas tragédias anunciadas. Sinto também um cansaço somado ao cansaço do depois...E do dia do agora...Nada me apetece nada me enche os olhos. Um pacotinho de fel soltando gota a gota a bílis diluída...Sinto uma espécie de nódoa e sem fala sem gestos de olhos hirtos me olho. Não me desenho feliz nem infeliz nem morna nem quente nem fria... Estou enjoada de conceitos de julgamentos e de funções. De mãos postas e de dedos em rites...De cancelamentos e de acolhimentos, estou enjoada com overdose de tudo e ao mesmo tempo com abstinência de tudo. Estou e sou pendurada neste farpado arame feito um dedal que veste os dedos e coração prende a alma e a solidão e transpira um último sobro o derradeiro neste sobro me agarro pra chamar de vida: poesia.


Joana Prado Medeiros - É Pandemia.

— sentindo-se angustiada.

 
 
 

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