Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de reflexão pelo escritor e poeta Sylvio D Prospero, de Curitiba (PR), intitulada “A morte de uma folha”.
Ao olhar para o chão, reparei na quantidade de folhas que se acumulavam no gramado e na calçada, caídas pelo vento e a chuva da madrugada.
Me ative à uma delas, e como por encanto, ouvi a sua voz, baixinha, quase um sussurro.
Me abaixei e aproximei meu ouvido dela, conseguindo ouvir suas palavras:
- Lembra-se de mim, que balançava nesta arvore num balé com minhas companheiras alegrando o seu amanhecer quando abria a janela, lembra-se de mim, quando sob o calor do sol se refrescou debaixo da minha sombra, lembra-se de quando purifiquei o oxigênio que você respirou, e de quando aquele pássaro fez seu ninho no galho em que eu folhava e você ficava só esperando os filhotes saírem para voar?
Sua voz estava cada vez mais fraca e num esforço completou:
- Por favor... me pegue em suas mãos e me lance ao vento... quero ver o mundo do alto pela ultima vez... quero morrer voando... me preparando para adubar a terra... alimentar as árvores...e fazer viver as outras folhas.
Peguei-a na mão e emocionado joguei-a ao vento, ela subiu... subiu, deu uma volta na árvore que a sustentou na sua vida e mansamente foi caindo... caindo... caindo e se acomodando na terra mãe.
Olhei-a pela ultima vez e segui meu caminho, apreciando outras folhas que balançavam nos galhos das árvores, e agradecendo a importância delas em nossas vidas.
(Véio D'Prospero)
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