Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Curitiba (PR), Sylvio D Prospero, com A Canção de Paz.
A CANÇÃO DA PAZ
E então todos se juntaram para me ouvir cantar… Minha voz desafinada e com pequena extensão, passou a acompanhar minhas batidas nas cordas do meu violão com poucos acordes, que se elevaram naquela noite estrelada e acompanhada da luz da lua. Sem uma letra pré-definida, minhas palavras saiam do meu coração ao sabor do vento e da minha imaginação. Alguém que estava sentado no chão, na minha frente, tirou um isqueiro e a luz do fogo foi acompanhada por vários outros isqueiros, seguindo o embalo da minha canção. Meu olhar se fixou numa estrela, cintilante, que piscava para mim como se fosse um código Morse, num pedido de PAZ!!! Minha voz cresceu, se afinou com os meus acordes, agora, perfeitos no violão, e num compasso de bater de mãos, gritos de dor, choros, espantos, desesperos, uma luz branca envolta numa névoa colorida exalando um leve odor de Calêndula me envolveu, e passou a me acompanhar, com um suave coro de vozes angelicais… PAZ… PAZ…PAZ… E por todas as partes do mundo, minha voz e a minha canção se juntaram à outras vozes em diversas etnias, meus acordes no violão se multiplicaram em milhares de instrumentos tocados por milhares de mãos em perfeitas sintonias, e em cada cantinho de nosso planeta, seguindo aquele luz branca com perfume de Calêndula, agora em forma de maestro, que se movia num arranjo digno de uma obra musical eterna, se propagando e sendo ouvida nas mais longínquas e sofridas parte do mundo…PAZ… PAZ… PAZ!!! Num determinado momento algo me imobilizou… E tudo se calou… Apenas uma voz, estrondosa como um trovão mas com uma mansidão de fé e de súplica ecoou por todo o planeta:
"Que os ouvidos dos incautos, imprudentes, irresponsáveis e desprovidos de fé e complacência com o seu próximo, tenham os ouvidos e os corações bem abertos e receptivos para ouvirem a Canção da Paz, e torná-la real"
(Véio D'Prospero)
Nunca desafina