Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o músico, poeta e escritor de Dourados (MS), Paulo Portuga, com Visita de Paraguaio.
VISITA DE PARAGUAIO
Amarilha, filho de paraguaio Descende da mestiçagem De guaranis e espanhóis Amigo de longa data Do tempo que era tipógrafo Profissão em extinção Veio me visitar, dizendo: - Preciso conversar contigo, Coisas da literatura. Letras ele mexia desde sempre E antes da prosa começar Ofereci para refrescar: - Aceita um tereré? Pensei que ele ia responder: Só se for bem gelado! Mas para a surpresa E decepção de todos na casa Disse ele, um pouco sem graça: - Não, já bebi bastante Quando ainda estava em jejum!
A hora passou E no meio do papo bom Para ser educado, perguntei: - Quer chipá guaçú? Trouxe da feira Um índio guarani me vendeu. Têm Vori Vori que ainda restou Foi feito hoje cedo Logo depois que o sol opinou. Ele outra vez recusou Disse que estava “De bucho cheio”:
- Acabei de sair da festa! Tinha comida boa Locro criollo, puchero, Chipa e mandioca cozida. Dancei muito Tinha polca e guarânia E de sobremesa Dulce de mamón.
Então tá bom! Pensei... Por que não me convidou? E antes que eu falasse Ele interrompeu meu pensamento E retrucou: - Foi na casa da Joana, Filha dos Romeros, Gente boa que cozinha bem Da próxima vez eu te chamo Você vai gostar Você vai ver Não precisa ficar Com água na boa E com essa cara De cachorro magro.
Antes de partir, Esquecendo o que ia falar Me perguntou: Ê ah! - E aquele tereré? Ainda está de pé?
Paulo Portuga
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