Poesia - Visão obliterada, por Marcos Coelho

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Visão obliterada"

Visão obliterada

Marcos Coelho

E há muitas coisas para ver...

Muitas coisas para ver...

Muitas coisas para ver...

Muitas coisas para ver...

Entre aves e leões...

Ente balas e canhões...

E ee teu amor não foi verdadeiro?

Não há o que dizer?

Só o querer e o sentir... desejar amar...

O que está por vir?

Frio, frio, frio, frio...

E eu estou com medo.

O medo da morte que te levará...

Talvez só a ti, mas talvez a mim...

A tua vera e dura depressão...

Esse teu sofrer calado e insidioso...

Qualquer um pode estar só na estrada,

No caminho, nessa longa e imensa jornada...

Frio, frio, frio...

Onde você estará depois disso tudo?

Onde você irá depois?

Onde eu sei que estarei?

Não digo e não revelo. Calo em poesias...

Meu coração está duro e frio!

Por tua e somente tua culpa...

Admitir meus erros? Jamais, não os tenho.

Não conseguir sentir as mãos,

Não conseguir sentir as mães,

Não conseguir sentir os filhos,

Não sentir nem os namorados,

Sem coração, sem alma... sem mais nada.

A lua no alto se cobre em neblinas,

Tudo tão gélido e totalmente congelado...

O trincar de placas de gelo,

Nesse imenso lago ou oceano congelado...

Leões marinho e focas nadam por baixo...

O sentir conturbado... ver apenas os Iglus...

A aurora boreal... Amor descomunal...

Tudo muito branco, muito surreal...

O mundo anda para todos, mas em compasso desigual...

Não há linhas aparentes... Há pessoas descrentes...

O divino esquecido... Apenas poesias...

Tudo cego e perturbado... Consumado...não amado...

Letras, versos, controversos, perdidos... Frio..