Poesia - Vinhedos, por Isaac Ramos
- Alex Fraga

 - há 14 horas
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Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, poeta e escritor de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com "Vinhedo".
VINHEDOS
(Isaac Ramos)
Que a vida continue a me causar sorrisos e poesia
Servida ou sorvida
Meu menu tem muitos “ménages”.
As amarras solteiras do verso
Penduram-se na boleia da estrofe
Entrego meu olhar de plateia
Enquanto um olho Malbec
Vê-me Cabernet
E o outro
Tempranillo.
Em que parte do Porto
Sentirei outro gosto?
Quanto mosto será preciso
Para que as línguas do vinhedo
Apurem o paladar?
Molho meus sentidos com a última gota
E o sabor tinto
Cristaliniza
Como tanino na frente do verso.
Nua taça encobre os seios
O sutiã não tem mais manuseio
Como a casca de uva que se mordeu.
Dedos frenéticos
Fiam
Versos tontos
Que iluminam a nudez do poema.
Uma libido devora-me nas dobras do verso
Enquanto vinhas, outras uvas me apascentavam
Vinhedos são portos seguros
Que me acionam instantes de prazer.





O vinho é a seiva do amor. Suas tonalidades expressam as intensidades do fazer amoroso.