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Poesia - Vinhedos, por Isaac Ramos

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, escritor e poeta de Alto Araguaia (MT), Isaac Ramos com seu poema intitulado "Vinhedos".


VINHEDOS


Que a vida continue a me causar sorrisos e poesia

Servida ou sorvida

Meu menu tem muitos “ménages”.


As amarras solteiras do verso

Penduram-se na boleia da estrofe

Entrego meu olhar de plateia

Enquanto um olho Malbec

Vê-me Cabernet

E o outro

Tempranillo.


Em que parte do Porto

Sentirei outro gosto?

Quanto mosto será preciso

Para que as línguas do vinhedo

Apurem o paladar?


Molho meus sentidos com a última gota

E o sabor tinto

Cristaliniza

Como tanino na frente do verso.


Nua taça encobre os seios

O sutiã não tem mais manuseio

Como a casca de uva que se mordeu.


Dedos frenéticos

Fiam

Versos tontos

Que iluminam a nudez do poema.


Uma libido devora-me nas dobras do verso

Enquanto vinhas, outras uvas me apascentavam

Vinhedos são portos seguros

Que me acionam instantes de prazer

 
 
 

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