
Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Vida digital, obtusa, frugal"
Vida digital, obtusa, frugal...
Marcos Coelho
A vida se desvanece...
Como a água de sabão que limpa a calçada...
Um louco ou outro alienado grita e rompe o silêncio...
O barulho perturba em arroubos os silêncios esquecidos...
Os carros passam e os urubus observam...
Sonhos inacabados, confusos e aturdidos...
Sinos tocam músicas natalinas...
O símbolo está ali representado...
Mas o amor não está ali na rua convertido...
Pessoas morrem em todos os lugares...
Ermos do amor, estros do egoísmo...
A fome e a miséria grassam de graça pelas ruas...
Ruas sinuosas e lodosas e asquerosas...
O frio e a umidade adornam a triste realidade...
A desgraça não polpa idade em seu lamento...
Difunde o pensamento mesquinho e tacanho de viver...
A morte rondeja tristonha o arlequim esquecido...
O sorriso costurado no pano da boneca pútrida no esgoto...
Ora, ora, não é uma boneca, é um cadáver de menina...
Fora os zumbis vivos de gente quase que morta...
Pessoas que no perder a identidade de si...
Jazem mortas em corpos que andam tristes...
As surpresas ocorrem nos guetos esquecidos...
O que eu fui, o que foi que aconteceu e o que ficou disso tudo?
Indagações de uma vida dissoluta e mui vulgar...
Um verdadeiro vale-tudo...
As ilusões em bijuterias baratas e sem qualidade...
Sofrer não tem mais idade,
Mata-se ainda no ventre, que dirá o adulto...
A vida desengana-se nas ruas, nos trilhos, em trens...
Os metros nem mensuram o bordado tresloucado...
Mortes nas ruas, nos bares, nas casas,
Fotos e insinuações do que pode ter sido motivo...
O poeta mal acompanha o quadro da realidade...
A rima, a prosa, o verso e o riso,
Tudo com a rosa e a bituca acesa de um cigarro...
Cinzeiro de vidro, fumaça, cinza abafando a realidade...
Melodia triste da vitrola velha,
Iphone, Ipod, Ipad, não sei...
Eu não ouço nada, não estou mais aqui...
O corpo ali jaz gélido e acinzentado...
A história e a poesia permanecem ali na cena...
Esperando o tradutor, o poeta, o escritor ou o romancista...
No tablado, a cena, uma última cena... O clímax. A última poesia...
LINDO POEMA MANINHO. PARABENS
Poema tennnnnso, heimmmm!!! Mas muito bem desenvolvido! Parabéns, meu amigo querido!!!!
Poema maravilhoso! Parabéns Marcos
O maior poeta de Dourados