
Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Um amor perdido".
UM AMOR PERDIDO
estava
uma nave espacial
de potência e belezura
o barato todo
bem bolado
nos mais altos dos ofícios
conforme o planejado
boas rolaram
shows ao vivo
que deixam inebriados
ballet clássicos
forró do bom
MPB
verdadeiros espetáculos
de bandas divinas
coquetéis e caipirinhas
tudo em cima
quadros de belezas
insuportavelmente lindas!
foi quando você
me pegou na surdina
e disse:
- dez! perfeito! maravilhoso.
mas tô zarpando
não se zangue
tenho que partir
e foi sem pestanejar
meu coração, espatifou-se
encontra-se em plena recuperação
quantos dias ainda,
perguntei à médica
que respondeu: só o tempo dirá!
(Carlos Amarilha, in: Arandu Y Porã Terey).
A expressão "meu coração, espatifou-se" evoca uma imagem vívida de fragmentação e desolação, capaz de transportar o leitor para um abismo de dor. No entanto, a frase não se limita a descrever o sofrimento; ela também aponta para a resiliência do ser humano, que, mesmo diante de uma experiência tão dolorosa, busca a recuperação. A metáfora do coração, órgão vital associado às emoções, revela a profundidade da ferida e a intensidade da busca pela cura.
A pergunta "Quantos dias ainda?" reflete a angústia natural de quem busca uma previsão para o fim da dor. A resposta da médica, "só o tempo dirá", embora frustrante à primeira vista, carrega uma sabedoria ancestral. O tempo, muitas vezes visto como um inimigo implacável,…
A frase "só o tempo dirá" no poema de Carlos Magno Amarilha é um testemunho da complexidade emocional da cura do amor ferido. O tempo assume um papel fundamental na cicatrização, permitindo que as feridas sejam processadas e superadas.
A incerteza sobre o futuro da dor emocional é contrastada pela esperança de superação e cura. A resignação em aceitar o processo individual e subjetivo da cura é um passo essencial. O tempo oferece perspectiva, permitindo uma visão mais clara sobre o passado, e possibilita a reconstrução da autoestima.
Nesse contexto, o tempo é apresentado como um agente terapêutico, capaz de curar as feridas emocionais. A frase "só o tempo dirá" transcende o contexto do poema, criando uma conexão emocional entre…
"Um Amor Perdido" é uma obra que toca o coração, explorando temas universais de amor, perda e saudade.
Silvana Maria - São Paulo-Sp
"Um Amor Perdido": Uma Ode à Perda e à Saudade
O poema "Um Amor Perdido" é uma expressiva obra que transcende a perda e a saudade, transportando o leitor para um universo de emoções intensas. A nave espacial, símbolo de potência e belezura, representa o amor perfeito, cuidadosamente planejado e executado.
A primeira estrofe descreve um cenário de luxo e prazer, com shows ao vivo, ballet clássico, MPB, coquetéis e caipirinhas. Essa atmosfera festiva contrasta com a surpresa e a dor que se seguem. O autor é pego "na surdina", revelando a vulnerabilidade.
A partida inesperada do amado desencadeia uma crise emocional profunda. O coração "espatifou-se", simbolizando a dor intensa. A resposta da médica, "só o tempo dirá", deixa o…
O poeta douradense Carlos Magno Amarilha nos presenteia com um poema que transborda emoção e reflexões sobre o amor, a perda e a efemeridade da vida. Em "Um amor perdido", Amarilha utiliza uma linguagem poética rica em metáforas e imagens vívidas para construir um universo particular, onde a paixão e a desilusão se entrelaçam.
O poema inicia com uma descrição exuberante de uma "nave espacial", que simboliza a intensidade e a beleza do amor vivido. A sequência de eventos e atividades, como shows, ballets e coquetéis, retrata um período de grande felicidade e prazer. No entanto, a felicidade é abruptamente interrompida pela partida inesperada do amado(a), que "zarpou" sem dar maiores explicações.
A metáfora do coração "estilhaçado" revela a profundidade…