Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta, professor universitário e escritor Isaac Ramos (Alto Araguaia MT).

TUPI OR NOT TUPI
(in memorian da TV brasileira)
Meu coração em TV não é MTV
É TUPI or not tupi
– Para não dizer
Que não falei em Oswald e literatura – .
Que saudades das tardes fagueiras
Debaixo de O Meu pé de laranja lima,
Que os anos não trazem mais!
Meus episódios repetidos
De Durango Kid e Ivanhoé,
O primeiro ainda não
Cantado por Raulzito
– aquele Cowboy fora da lei da MPB
E esse tal de Roque enrow
Que seria um “Fruto proibido”
Da Rita Lee –.
Vi A volta de Beto Rockfeller
No tempo em que a Amazônia
Estava para ser vendida
Aos USA
E muito antes de existir
Um Pré-Sal
Que nem a Petrobrás concebia ter.
(Não havia um sapo barbudo
Que demorou para ficar lúdico
Pelo beijo da urna).
Mas havia Mulheres de Areia
Antes de haver Mulher-Maravilha.
Eram tempos de Selva de pedra
Logo depois veio o Pecado capital.
Talvez, por isso,
Nem um Estúpido cupido
Acreditaria em Roque Santeiro
Muito menos no salvador da pátria.
Em tempos de MacGyver,
Professor já era inventor
Mas ainda não Profissão: Perigo.
E se um aluno aprontasse
Bastava ficar verde como Hulk.
Pouco depois a mídia comprou
Uma ideia collorida
Como hoje se compra
Na Rede GloboMoro
Um pedido de impeacheament.
A poupança sumiu
A burguesia pariu
Até parecia
Cyborg: O homem de seis milhões de dólares.
Mas, na política,
O Brasil sempre foi
O clube do Bolinha
(Ah, minhas tardes na Bandeirantes!).
Para o proletariado
Taca a Buzina do Chacrinha
– “Eu vim para confundir não para explicar!”.
Era o Velho guerreiro, aquele abraço de Gil!
Lembro-me das dicas de Marta
– Ainda com suplício
E que não mandava
O povo relaxar e gozar–
Nas manhãs de TV Mulher
Frente a frente com Marília Gabriela.
Eu já crescido
Não mais assistia
O sítio do Pica Pau amarelo
Todavia não chegara
O dia da Malhação.
Há quem se Record
Que virou Manchete
O Pantanal em cheia
E os capítulos
Esticavam
Conforme
Gozavam de audiência.
Buzina do Chacrinha (“graças a Deus o programa acabou”; “eu vim para confundir não para explicar!”) O velho guerreiro ... aquele abraço
Comments