Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o músico, poeta, escritor, professor Paulo Portuga, de Dourados (MS), com o poema Trabalhador,
TRABALHADOR
No mês de maio
Deu-se ao trabalhador
Um feriado
Seja ele camponês,
Intelectual ou operário
Para festejar
Que não é mais escravo
Que não merece o tripalium
Instrumento de tortura
Deu origem
Para a palavra trabalho
Sua eterna punição
Dos pobres desapropriados
E foi em Chicago
Já na modernidade
Que operários revoltosos
Contra elevadas cargas horárias
Que substituíam a chibata
Em condições desumanas
Enfrentaram a repressão
Do grande capital
No centro principal
Do capitalismo mundial
Em plena revolução industrial.
Minha poesia
Vai para esses mártires
Que sonharam com o novo
Um mundo mais justo
Que lutaram e sofreram:
ESCRAVO
SERVO
LIVRE
OPERÁRIO
ENGAIOLADO
TRABALHA
A DOR
DOS ANTEPASSADOS
MOÍDOS
COMO GRÃOS
EM MOENDAS
DE PEDRA
ÉS POEIRA
DO SISTEMA
A ENGRENAGEM
QUE O APERTA
QUE O SUFOCA
E CONDENA
ENCHE TUAS MÃOS
DE CALOS
GERA TODA RIQUEZA
COM FÉ
REPARTE O PÃO
E ASSIM
EU ME CALO
EM RESPEITO
A SUA SOLIDÃO
TRABALHADOR
PENSA QUE É DE FERRO
MAS É DE BARRO
NÃO SOIS MÁQUINAS
QUE CAVAM
O SEU PRÓPRIO CHÃO!
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