Tempo e Poesia...
Marcos Coelho
Entre sonhos e poeiras da estrada
Hipotenusa de uma sela quadrada...
Num ângulo obtuso de uma silhueta vazia.
Sou uma fórmula de veneno,
Sorriso indecifrável de uma tristeza insondável...
O veleiro triste num mar revolto...
Tempestade de sentimentos ocos...
Turbulências de viver em torturas agres...
Herança de hectares...
Hectares de plantação de soluços...
Deitado de bruços...
Em lençóis de puro linho...
Algodão egípcio...
Luxo afundando a depressão...
Depressão de um buraco de despejo...
Mortes antes, agora beleza...
Araras em um buraco de maternidade...
O grito das araras e outras aves...
No raiar do sol e ao entardecer...
O crepúsculo...
O ósculo...
Um adeus...
Mitologia de Zeus...
O Cronos, o deus do Tempo...
A Grécia e o poder...
O poder de eternizar o tempo...
Poesia e a magia de sentir...
Sentir a mudança...
de VELHO voltar a ser criança...
a andança vagarosa da idade que avança...
a morte é a eterna rival de uma boa vida...
a morte é a aliada da raiva e da má vida...
o que é viver?
Ser e não ser...
O poeta desvenda o resultado...
Tudo volta de novo acontecer...
A ampulheta gira e tudo recomeça ou começa de novo...
O poeta não para de coser o tempo...
Os retalhos são precisos no alinhavo de sentir.
Vida, sentimento, poesia, nenhuma ou toda dualidade...
Reflexo e miragens...
Ser e projetar sempre.
Um eterno infinito...
vida-poesia-eternidade-infinititude...
Comments