Poesia - Tanajuras, por Paulo Portuga
- Alex Fraga
- 9 de nov. de 2022
- 1 min de leitura
Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, músico, poeta, compositor e escritor de Dourados (MS), Paulo Portuga, com seu "Tanajuras".

TANAJURAS
Fui colher mangas No fundo do quintal Após o vendaval que deu Quando eu vi caindo do céu Uma chuva de formigas Tanajuras conhecidas como içás Cabaças aladas Voando e dançando Aterrissando desastrosamente Por sobre a grama esmeralda Num pouso inevitável Perdiam as asas enquanto Patas e ferrões cavavam A terra castanho-avermelhada Afofada pelas chuvas de verão Abriam-na com força de titãs Incessantes máquinas Por onde se enfiavam E saiam com mais torrões Depois ali depositavam De seus redondos abdomens Bilhões de larvas E mais tarde novas pupas Jardineiras, cortadeiras, Soldados e machos alados Formando uma nova sociedade Organizada até o próximo Voo nupcial.
Commentaires