Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta, escritor e músico de Dourados (MS), Paulo Portuga, com o poema intitulado: Tanajura.

TANAJURAS
Fui colher mangas No fundo do quintal Após o vendaval que deu Quando eu vi caindo do céu Uma chuva de formigas Tanajuras conhecidas como içás Cabaças aladas Voando e dançando Aterrissando desastrosamente Por sobre a grama esmeralda Num pouso inevitável Perdiam as asas enquanto Patas e ferrões cavavam A terra castanho-avermelhada Afofada pelas chuvas de verão Abriam-na com força de titãs Incessantes máquinas Por onde se enfiavam E saiam com mais torrões Depois ali depositavam De seus redondos abdomens Bilhões de larvas E mais tarde novas pupas Jardineiras, cortadeiras, Soldados e machos alados Formando uma nova sociedade Organizada até o próximo Voo nupcial.
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