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Poesia - Revisão, por Carlos Magno Amarilha

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 21 de mar.
  • 1 min de leitura

Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Revisão".


REVISÃO


coisas que

acontecem

etc e tal

os deslizes

na hora de passar

o poema para o papel


“fiz poema exclusivo

para você

acompanhado

de pão e creme de alho”


foi para a revisão e esqueci

de colocar o “creme de alho”


ao imprimir o poema

o revisor tirou “para você”


(pão seco na cara’dura).



[AMARILHA, Carlos.

In: Poesia do Pantanal: bicho, areia e cal].

 
 
 

3 Comments

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Guest
Mar 24
Rated 5 out of 5 stars.

Cara! Isso mesmo! O poema traduz a linha de produção que sempre cometemos na finalização do livro, os deslizes, mas o poeta, ah! Tem que ser, transforma um fato cotidiano em poesia e de forma mágica. "Pão seco na cara dura!", isso é uma sacada genial. Outro mundo! Ler esse poema, é voltar em tantos erros que são feitos em nosso cotidiano, mas sentir de forma poética, coisas que acontecem, o acaso, fez assim e você não pode fazer nada, mas comeu o pão, o principal, mas com o molho de alho ia ser outra conversa, outro paladar, seria um outro mundo. E assim, é a vida, vamos tocando conforme a banda ensaio e o que tem no repertório. A…


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Guest
Mar 23
Rated 5 out of 5 stars.

No poema "Revisão" de Carlos Magno Amarilha, a figura de linguagem predominante é a ironia, utilizada para expressar a frustração do poeta com o processo de revisão e edição de seus poemas. A ironia reside na discrepância entre a intenção do poeta e o resultado final da impressão do poema.

O poeta, ao escrever o poema, pretendia oferecer um presente completo ao leitor: um poema exclusivo, acompanhado de "pão e creme de alho". Essa imagem cria uma atmosfera de intimidade e acolhimento, como se o poeta estivesse convidando o leitor para um momento de partilha. No entanto, o processo de revisão e impressão frustra essa intenção, resultando em um "pão seco na cara'dura".

A expressão "pão seco na cara'dura" é…


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Guest
Mar 21
Rated 5 out of 5 stars.

Neste poema "Revisão", o poeta nos provoca a espiar os bastidores da criação poética, onde tropeços e acasos se misturam com a intenção do artista. Com um toque de humor e leveza, o poeta nos mostra que a obra, antes de ser lapidada, é um rascunho vivo, sujeito a "deslizes" e "coisas que acontecem".


A figura do revisor ganha destaque, quase como um personagem da trama. Ele, com suas tesouras afiadas, corta o "para você", deixando o pão da poesia seco e sem recheio. O "creme de alho", que daria sabor ao verso, se perde na impressão, vítima da pressa ou do esquecimento.


O poeta nos mostra que a poesia, assim como a vida, é feita de imprevistos. A intenção…


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