Poesia - Re Vi Sa Dor, por Carlos Magno Amarilha
- Alex Fraga

- 25 de jul.
- 1 min de leitura

Sexta-feira no espaço de poesia no Blog do Alex Fraga. Carlos Magno Amarilha, de Dourados (MS), historiador, pesquisador e poeta, doutor em Educação, mestre em História e presidente do Grupo Literário Arandu. Seu poema: RE VI SA DOR
Re Vi Sa Dor
para você ver como que é
o poeta enxerga uma coisa
e o revisor da outra
o poeta abusou
em anzol
o xixico
pescado
revisado:
“jogou a rede no rio
e trouxe montes de peixes”
um falou de sexo
o tradutor em almoço
sexo a noite inteira
(traduzido
em comida farta
a mesa)
a poesia e suas peças
...
(In: o rosto da rua, 2021).





É impressionante como um simples poema pode escancarar as reviravoltas da interpretação, não é? O texto "Re Vi Sa Dor" é um prato cheio para entendermos como uma ideia na cabeça do autor pode virar outra completamente diferente na mente de quem lê – ou, no caso, de quem revisa!
A Dança das Interpretações
O poeta começa o poema nos jogando uma verdade na cara: o criador vê uma coisa, o revisor vê outra. E essa é a grande sacada aqui. Ele usa um exemplo divertidíssimo para ilustrar essa confusão. O poeta original escreve algo que parece bem sugestivo, falando em "anzol", "xixico" e "pescado", dando um tom que, como ele mesmo aponta depois, lembra algo mais íntimo, digamos, "de…
Isso mesmo