Poesia - Primícias, por Marcos Coelho

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Primícias".

Primícias

Marcos Coelho

Animais livres em campinas,

Verdejantes campos em primavera,

Dálias e muitas flores do campo

A florirem sem impedimentos...

Sentimentos que surgem dentro do peito...

Sangras d’água a beira de mananciais

Não se ouvem ali muitos ais...

Pois, suspiram alegrias ante a singeleza...

No comum nota-se grandiosa beleza,

Que comove e mui cativa...

A alma delicada e sem assombros...

Arroubos juvenis de puro encanto.

No canto da ave registra-se um pranto...

Pranto da jovem abandonada...

O altar recorda o sagrado...

No amor, no beijo roubado, um lance futuro...

Lance que traz memórias mui felizes...

Tempo que jaz na história do que se fez...

As moiras continuam seu oficio de tecer...

O pranto ou a alegria entre pirilampos...

Sou, por agora, o rochedo que o mar lambe...

Recebo as estrelas nas areias de minhas praias...

À noite o luar cheio faz a água prateada...

Entoo canções que atraem marinheiros...

Sereias perversas e ressentidas...

Amores não correspondidos, talvez mesmo fatais...

Digo de amor e outros sentires mais...

Máquina de coser versos...

Poesia flui por entre dedos e pensamentos...

Palavras, palavras, sons e harmonia...

Deleites prementes de desejo...

Sou, és, somos, uno em dois...

Sim e não, dualidade de existir...

E os campos abertos desabrocham belezas...

Borboletas e larvas, vida pútrida e bela...

Disputam espaços...

E o sol brinda a todos e aquece...

Limpa a tristeza, provoca alegria...

Lagoa, prosa, nascente, riacho, prosódia...

Tudo flui, tudo fala, tudo expressa POESIA.