top of page

Poesia - Poesias sem imanências, por Marcos Coelho

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 23 de fev.
  • 2 min de leitura

Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Poesias sem imanências".


POESIAS SEM IMANÊNCIAS

Marcos Coelho


Laços de sangue, laços morais...

Laços totalmente desiguais...

Laços de fita de cetim ou de seda, ou biológicos...

Raízes de árvores, de plantas, de tempo, de memórias...

E o sangue não tem mais origem...

Ou talvez no sangue haja a origem de tudo...

Os totens cansaram de ser e de crerem...

São memórias obsoletas talvez...

Velhos obeliscos retomam a fé outrora perdida...

As velhas batalhas enfrentadas podem ser reconhecidas...

Na luta de todos, hoje são vencedores...

Vencer mesmo com as dores que o tempo acarreta...

Vencer sim, mesmo aparentemente a se perder de si mesmo...

O sol vence o dia, mesmo que nublado...

Ensimesmado não esquece seu oficio de brilhar...

O sol triunfa no universo eterno...

A nebulosidade não desiste de perpetuar sua sanha de desesperanças...

Crianças continuam a acreditar no vento...

Soltam pipas, pandorgas e brincam de cataventos...

O tempo gesticula com gotículas de chuva a grande tempestade...

A tempestade assola tudo,

Sobretudo, as casas já ruídas...

O velho do tempo ou o velho tempo,

O tempo que passou,

O tempo que fez esquecer...

O tempo que não ajudou na eternidade...

Eternidade almejada e não conquistada...

O velho vê o tempo no espelho da realidade...

O cinzel cruel deturpa a formosura de antes...

O que era carvão agora é diamante...

O que era o alvo do afeto, agora é abandono.

O que era um simples inquilino agora é o dono.

Aquilo que era próprio, conquistado...

É tesouro perdido no fundo do mar.

Palavras loucas em pensamentos aturdidos...

O tempo e o ocaso do dia na espera do alvorecer...

Onde estará você?

Você real ou você inventado...

Quem sabe o que o romântico espera na cabeça dele...

A cabeça aturdida de uma paixão desenfreada...

Paixão irrelevante para a correspondência real de um amor...

O amor se vai, indo mesmo embora, ou mudando de ser mesmo...

De um ser a outro, etéreo e impermanente em seu status de existir.

E as poesias estão agora todas em imanências...

 
 
 

1 Comment

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Guest
Feb 26
Rated 5 out of 5 stars.

🤎🤎🤎🤎🤎

Like
bottom of page